
Falando da sacada central da Basílica de São Pedro, o pontífice refletiu sobre a crença cristã de que Jesus ressuscitou no domingo de Páscoa, afirmando que a mensagem da ressurreição traz esperança a um mundo "marcado por tantos atos de injustiça e violência"."[A crença] produz frutos de esperança e dignidade onde há privação e exclusão, fome e desemprego; onde há migrantes e refugiados, tantas vezes rejeitados pela cultura atual do desperdício; onde há vítimas do tráfico de drogas, tráfico humano e formas contemporâneas de escravidão", disse o papa, no discurso que precede sua tradicional bênção "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo).
Sobre a Síria, "onde a população está extenuada por uma guerra que não tem fim", Francisco instou "todas as autoridades políticas e militares" a colocar um fim "rapidamente à carnificina", pedindo ainda que seja facilitado o acesso à "ajuda humanitária tão urgentemente necessária" e que sejam garantidas "as condições adequadas para o retorno dos deslocados".

Sobre a Venezuela, ele pediu que seu povo – que "vive em uma espécie de 'terra estrangeira' dentro de seu próprio país" encontre "o caminho justo, pacífico e humano para sair o mais rápido possível da crise política e humanitária que o oprime, e que não faltem acolhimento e assistência aos muitos de seus filhos que estão sendo obrigados a deixar sua pátria".

Além disso, Francisco dedicou algumas palavras às crianças "que sofrem pelas guerras e pela fome" e também aos "idosos desprezados pela cultura egoísta, que descarta quem não é 'produtivo'".
"Invocamos frutos de sabedoria aos que têm responsabilidades políticas em todo o mundo para que respeitem sempre a dignidade humana, se esforcem com dedicação ao serviço do bem comum e garantam o desenvolvimento e a segurança aos próprios cidadãos", disse o pontífice.Antes de entregar sua mensagem de Páscoa, o líder da Igreja Católica presidiu neste domingo a missa da ressurreição e pronunciou uma homilia de forma espontânea, sem ler nenhum discurso escrito.
A Praça de São Pedro amanheceu decorada com milhares de flores procedentes da Holanda, como se faz desde 1985, ano em que um florista holandês decidiu realizar essa oferenda ao Vaticano a cada domingo de Páscoa.
Transformada em um jardim improvisado, a praça continha cerca de 60 mil flores e plantas, entre elas 900 ramos de orquídeas verdes, símbolo de esperança e paz, mas também 6 mil jacintos, mais de 13 mil narcisos, 3 mil rosas, 500 lírios e 20 mil tulipas.
EK/ap/afp/efe/lusa/cp
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