
Musa, presidente do partido liberal Al Ghad, é considerado um aliado de Sisi. Ele não participou de comícios durante a campanha eleitoral e quase não fez propaganda para se tornar mais conhecido da população.
Candidatos fortes da oposição abandonaram a corrida eleitoral no início do ano. O principal adversário foi preso e seu gerente de campanha espancado, enquanto outros candidatos desistiram de concorrer sob circunstâncias obscuras.
Sisi defendeu que seu governo não teve qualquer envolvimento na retirada da oposição, e repetidamente apelou aos egípcios para que comparecessem às urnas, prometendo uma eleição justa. A oposição, por sua vez, convocou os eleitores a um boicote, classificando o pleito de "uma farsa".
A comissão eleitoral egípcia, ao divulgar o resultado das eleições nesta segunda-feira no Cairo, reiterou que a votação da segunda-feira passada foi livre e justa.
O baixo comparecimento às urnas, no entanto, representa um possível revés para Sisi, que dissera antes do pleito enxergar a votação mais como um referendo sobre sua presidência do que uma eleição genuína. A imprensa estatal descreveu a baixa participação como uma traição ao Egito.
Nas eleições presidenciais realizadas quatro anos atrás, Sisi fora eleito para seu primeiro mandato com a mesma porcentagem de votos, 97%, mas a participação fora de 47%.
Alguns eleitores disseram ter recebido incentivos, incluindo dinheiro e comida, para ir às urnas neste ano, mas sem especificar quem fez as ofertas, relatou a mídia local e internacional. Autoridades defenderam que, se isso aconteceu, não foi patrocinado pelo Estado e foi extremamente limitado.
Governo com mão de ferro
Sisi tomou o poder em julho de 2013, após a queda do então presidente, Mohammed Morsi. Em 2014, ele foi eleito presidente. Muitos egípcios consideram Sisi o "homem forte" que pôs fim ao caos após a derrubada do governante de longa data Hosni Mubarak por um levante popular, em 2001.
No entanto, grupos de direitos humanos acusam Sisi de ser ainda mais repressor que Mubarak. Isso e a contínua crise econômica, juntamente com aumentos consideráveis de preços, prejudicam a reputação do chefe de Estado, que também prometera estabilidade econômica.
O país do norte da África não conseguiu alcançar plena estabilidade desde as revoltas árabes em 2011, quando Mubarak foi derrubado. O primeiro presidente eleito democraticamente, em 2012, foi Morsi, o líder islâmico derrubado por Sisi, então comandante do Exército, um ano depois de uma série de protestos populares.
Sisi perseguiu os seguidores de Morsi e, desde 2014, governa o país com mão de ferro, reprimindo não somente a Irmandade Muçulmana e jihadistas mas também a oposição moderada, dessa maneira sufocando a sociedade civil, de acordo com organizações de direitos humanos.
EK/afp/dpa/rtr/cp
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