
Ao ser questionado se o presidente tentou obstruir a Justiça ao sugerir que o FBI abandonasse o inquérito envolvendo o ex-assessor de Segurança Nacional da Casa Branca Michael Flynn, Comey disse que "possivelmente" sim.
"Valores são importantes", disse Comey à ABC News. "Este presidente não reflete os valores desse país." Ele avaliou que Trump vai "manchar todos ao seu redor", ao se referir aos que trabalham na Casa Branca. "A questão é: o quanto serão manchados e o quanto isso os deixará incapacitados de atingir o objetivo de proteger e servir o país?"
Comey, porém, disse que não deseja que o presidente seja alvo de um processo de um impeachment, uma vez que isso tiraria da população o poder de decidir sobre o futuro político do país. "As pessoas têm que ir para as cabines de votação e votar a favor de seus valores", afirmou.
Polêmica em torno de livro
O livro de memórias de Comey "A higher loyalty" (Uma lealdade superior, em tradução livre), que será lançado oficialmente nesta terça-feira, traz detalhes sobre suas interações com o presidente, que, segundo afirma, age como um chefe da máfia.
O título do livro faz referência à "lealdade" que Comey afirma ter sido pedida por Trump antes de demiti-lo, há quase um ano. O ex-diretor do FBI diz ter sido afastado em razão das investigações sobre uma possível interferência russa nas eleições de 2016.
O conteúdo do livro enfureceu Trump. Em uma série de comentários no Twitter, o presidente negou a versão de Comey sobre as interações entre ambos e chegou a afirmar que ele foi o pior diretor da história do FBI.
Trump refutou a afirmação de Comey de que teria lhe pedido lealdade durante um jantar em janeiro de 2017. "Eu nem bem conhecia esse cara. Isso é apenas mais uma de suas muitas mentiras", rebateu, defendendo que o ex-diretor deveria ser preso por ter supostamente vazado informações confidenciais e mentido durante seu depoimento no Senado.
RC/afp/ap/cp
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