
Muitos cidadãos pedem a responsabilização criminal das pessoas envolvidas na deterioração do arroz. A Gesterra descarta qualquer responsabilidade e acusa a antiga direção do Fundo Soberano de Angola pelo sucedido.
Este caso relançou o debate sobre o escoamento de produtos do campo para a cidade. Quase sempre, os empresários angolanos queixam-se de perdas consideráveis por falta de condições para o transporte dos produtos."Só quem anda ou visita as zonas rurais sabe os problemas que os próprios agricultores têm para chegar às próprias lavras, porque as lavras ficam distantes da aldeia e tem que se andar quilômetros”, explica Francisco Paulo, economista e investigador do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola.
O acadêmico sublinha que faltam investimentos públicos para a reabilitação e construção de estradas nacionais, provinciais e locais para se acabar com o problema de circulação e distribuição de produtos agrícolas.

Três mil milhões de dólares em comida importada
Angola vive essencialmente da importação de produtos. O Governo gasta mais de três mil milhões de dólares por ano para importar bens alimentares.
"Mais de 40% dos empregos criados em 2016 estão no setor agrícola. Apostar na agricultura é a melhor forma de reduzirmos a pobreza. Muitas dessas senhoras a vender de forma ambulante, e também jovens, vieram das zonas rurais e alguns tinham lavras. Mas preferem vender produtos importados na rua. Podiam muito bem ser usados como mão-de-obra na questão de distribuição agrícola”, sugere Francisco Paulo.
Manuel Luamba (Luanda)Caminho Político
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