
Os primeiros a serem afetados, como sempre, são os mais jovens: 151 milhões de crianças menores de cinco anos registram um crescimento irregular e 50 milhões são desnutridas. Os números indicam que a situação mais preocupante é, como sempre, na África subsaariana e nos países mais pobres da Ásia. Mas entre os dados sobre os menores, há também uma referência a 38 milhões de crianças com excesso de peso.
Obviamente não é uma contraposição entre famintos e obesos, mas é o sinal de uma distribuição desigual, injusta e desordenada de recursos. As leis do mercado sozinhas, podemos ler nas entrelinhas, não garantem uma alimentação correta nem para quem tem pouco nem para quem tem algo a mais, mas não tem os instrumentos para administrá-lo. E se orienta para alimentos de baixa qualidade, baratos e cheios de gorduras, com muitas calorias e baixo valor proteico.
A obesidade dos adultos também está aumentando, diz a FAO: 672 milhões de pessoas estão gravemente acima do peso, ou seja, um em cada oito adultos. Os números mais impressionantes são, como esperado, aqueles registrados na América do Norte, mas os aumentos na Ásia e na África também são preocupantes.
Entre as razões para a dramática inversão de tendência, as guerras, mas principalmente as mudanças ambientais. O documento da ONU indica um aumento geral nos fatores climáticos extremos, da seca às inundações, aos ciclones e às temperaturas extremas. E as consequências dos desastres são sempre sofridas pelos mais fracos, isto é, pelas nações pobres e mais dependentes da agricultura. Se não houver um empenho geral para o controle do clima, destaca o relatório da FAO, o projeto para erradicar a fome até 2030 estará fora de alcance.
A informação é de Giampaolo Cadalanu, publicada por La Repubblica e Caminho Político. A tradução é de Luisa Rabolini.
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