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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Opinião: “O Atentado”, por Heródoto Barbeiro"

Resultado de imagem para Heródoto Barbeiro é editor chefe e âncora do Jornal da Record NewsA tentativa de matar o líder falhou. Mas ele ficou gravemente ferido. Levado imediatamente ao hospital mais próximo, foi socorrido pela equipe de plantão. Ninguém podia imaginar que em um dia de grande aglomeração fosse perpetrado um atentado. Os seguranças estavam em toda parte e não era previsível que alguém pudesse passar desapercebidamente por eles e ferir o líder. A multidão se comportava como se um frenesi tivesse se apossado de todos. O melhor momento para matar o político seria quando ninguém estivesse atento no meio de um burburinho geral, gritos, saudações de toda ordem. Até mensagens de apoio estavam espalhadas pelo ambiente e a impressão que dava é que só tinham apoiadores por ali. Talvez por isso a segurança foi relaxada, afinal, ele costumava se misturar com o povo e não era muito difícil dizer-lhe alguma coisa, ou fazer um pedido. O país estava tumultuado pela crise que vinha passando, e uma multidão de desempregados, mendigos famintos, marginalizados de todo tipo se acumulavam pelas ruas e prédios públicos. Ninguém sabia exatamente para onde ele conduziria o país.
Seus discursos públicos não demonstravam moderação, pelo contrário, desafiava os que considerava mancomunados com o passado, que insistiam em não permitir a construção de uma nova sociedade baseada na igualdade de todos.
A responsabilidade pela autoria do atentado foi imediatamente descoberta pela polícia, que levou várias pessoas para a delegacia. Ele é um traidor da pátria e por isso merecia morrer. Não tinha o direito de radicalizar o discurso, jogando uns contra os outros e prometendo saídas milagrosas para a crise que o país passava. Foi uma declaração misteriosa que deixava dúvidas quanto ao papel de cada um envolvido no episódio. Havia forte suspeita que a ação tinha como mote uma posição política de oposição contra o líder, ou fora engendrada por fanáticos que misturavam religião, política, ódio e até motivos raciais. Não havia uma só testemunha que pudesse descrever com detalhes os momentos que antecederam o atentado. Afinal, havia ou não sangue na roupa do líder? Haveria apoio por parte de potências estrangeiras no crime para desestabilizar ainda mais o país? Os jornalistas se perderam totalmente. Uns correram para as redações para divulgar o ataque, outros ficaram no local da tentativa de assassinato para apurar outros fatos e entrevistar possíveis testemunhas que estavam próximas ao local do crime. Outros, ainda, não arredaram pé do hospital, pressionando os médicos para que dissessem alguma coisa sobre o estado geral do paciente e, se possível, um comunicado oficial. O país todo estava em suspense. O que poderia acontecer caso ele morresse? O radicalismo de posições políticas poderia incendiar ainda mais a disputa política que colocava os partidos nas extremidades do espectro ideológico.
“Eu disparei hoje contra ele. Disparei contra ele por convicção própria. Disparei várias vezes, mas não sei quantas. Não contarei nenhum pormenor em relação à arma. Disparei contra ele porque o considero um traidor e a sua existência irá destruir a crença no socialismo”. Estas declarações constam do inquérito policial obtido no mesmo dia, talvez sob grande pressão psicológica. Chamava a atenção a rapidez com que Fania Kaplan assumiu a autoria do atentado. O que dizia parecia ter sido decorado horas antes. Vinha de um campo de trabalhos forçados, esteve cega durante um período e, apesar de recuperar a visão, usava grossas lentes nos óculos. Como poderia ter acertado Lênin quando entrava no carro oficial para deixar o local de um grande encontro político? Repetia que tinha dado vários tiros. Uns diziam quatro, mas testemunhas diziam que ouviram três estampidos. Levado às pressas ao hospital, Lênin tinha dois ferimentos graves. O terceiro tiro disparado por Fania Kaplan não acertou o líder do governo bolchevista. Era o momento mais crítico da revolução. A guerra civil tomava conta de todo o país, os monarquistas eram apoiados pelas potências militares que lutavam contra os alemães. Os analistas ocidentais não apostavam nem na sobrevivência do regime, nem do seu líder mais carismático. Erraram. Wladimir Ulianov, o Lênin, e sua ditadura na Rússia sobreviveram apesar das turbulências políticas. Kaplan era militante de um partido de extremíssima esquerda para quem o comunismo tinha que ser implantado imediatamente, custasse o que custasse, e essa não era a política dos bolchevistas. Foi executada sumariamente em uma garagem. O regime sobreviveu até 1989, com a queda do Muro de Berlim.
Heródoto Barbeiro é editor chefe e âncora do Jornal da Record News em multiplataforma.

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