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terça-feira, 25 de dezembro de 2018

"Jornalista que revelou fraude de alemão queria proteger a própria reputação"

Considerado um dos maiores escândalos da imprensa alemã recente, a revelação das fraudes cometidas por Claas Relotius na produção de matérias para a revista Der Spiegel foi resultado da persistência do repórter Juan Moreno. Ele trabalhou com o alemão em uma cobertura sobre as condições de imigrantes mexicanos nos Estados Unidos e levantou suspeitas sobre a veracidade do material produzido. De acordo com Moreno, seu objetivo ao fazer a denúncia foi proteger o próprio nome. "Imagine se em seis meses, um ano, isso é descoberto e eles dizem: 'por que você não fez algo?', eles poderiam pensar que eu fiquei quieto para manter meu emprego", disse ao jornal alemão The Local. Moreno diz que inicialmente seus chefes não acreditaram em seu alerta a respeito de Claas. Ele, então, voltou aos Estados Unidos para tentar verificar os relatos registrados pelo alemão na reportagem e ficou convencido que suas suspeitas estavam certas. Moreno apresentou as provas que recolheu aos editores da revista, que foram forçados a aceitar a realidade.
"Honestamente, não acho que eu seja um herói. Nunca quis isso. Não estou gostando disso agora, nem perto disso", afirmou Moreno. Ao jornal, o repórter diz que, pouco depois de a revelação ter se tornado pública, o representante de uma editora o procurou querendo falar sobre a possibilidade de escrever um livro, um documentário ou um filme sobre o escândalo. "Estou trabalhando em 'Claas Relotius - O Musical" foi a resposta irônica dada por Moreno.
Adeus prêmios
Assim como acontece com os títulos e medalhas conquistados por atletas pegos no exame antidoping, Relotius terá de devolver os prêmios que recebeu. De acordo com o jornal The Guardian, o repórter já teve uma premiação dada pela CNN retirada pela rede americana.
O jornalista também enviou uma mensagem aos organizadores do prêmio de Repórter do Ano na Alemanha, que ele havia recebido no início de dezembro. Relotius pediu desculpas por seu comportamento e avisou que devolverá a premiação. De acordo com o jornal britânico, ele deverá perder pelo menos mais um prêmio recebido em seu país.
Relotius, de 33 anos, teria falsificado pelo menos 14 reportagens produzidas para a revista Der Spiegel.
IMPRENSA/Caminho Político

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