
O ex-militante foi detido na tarde de sábado na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra por uma equipe de agentes italianos e brasileiros ao caminhar pela rua, segundo fontes do Ministério do Interior italiano. As fontes afirmam que investigadores italianos nunca haviam perdido Battisti de vista, mas após sua saída do Brasil e chegada à Bolívia, aceleraram-se os movimentos para sua detenção.
Battisti escapou da prisão na Itália em 1981, enquanto aguardava julgamento por quatro homicídios supostamente cometidos entre 1977 e 1979, quando era membro do grupo de extrema esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Na década de 1990, foi condenado à prisão perpétua à revelia. O italiano reconheceu ter feito parte do grupo, mas nega ter cometido homicídios.
Após passar décadas na França e no México, Battisti se instalou no Brasil em 2004, onde permaneceu escondido até a sua detenção em 2007. O STF autorizou sua extradição em 2009, mas os ministros disseram que a palavra final deveria ser do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que rejeitou a medida em 31 de dezembro de 2010, o último dia de seu segundo mandato.

A notícia da prisão também foi celebrada na Itália. O ministro do Interior e vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, agradeceu o trabalho das forças italianas e estrangeiras que colaboraram para a captura de Battisti, "um delinquente que não merece uma vida cômoda na praia, mas sim terminar seus dias na cadeia".O ministro da Justiça italiano, Alfonso Bonafede, afirmou que Battisti será agora entregue à Itália para que cumpra sua pena: "Quem se equivoca deve pagar, e também Battisti pagará."
"O tempo que passou não curou as feridas que Battisti deixou nas famílias das suas vítimas e no povo italiano, assim como não fez diminuir o desejo humano e institucional de obter justiça", escreveu o ministro em sua página no Facebook.
À época do decreto de Temer sobre a extradição de Battisti, Sergio Moro, ministro da Justiça e da Segurança Pública no governo Bolsonaro, disse que foi acertada a decisão e que o asilo concedido pelo governo Lula se deu por motivações político-partidárias.
"Os países têm que cooperar entre eles contra a criminalidade. O senhor Cesare Battisti foi condenado por homicídio na Itália, que é um país com Judiciário forte e independente e não cabe ao Brasil ficar avaliando ou não o mérito da condenação", disse Moro.
LPF/efe/rtr/ap/lusa/abr/cp
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