
As ONGs afirmam ainda que o país já possui um marco regulatório que define as normas de atuação para as organizações da sociedade civil e que não há a necessidade de interferência estatal. As entidades lembram também que podem ser fiscalizadas e, em caso de descumprimento da legislação, punidas pelo Poder Judiciário e órgãos como Ministério Público, Receita Federal e Tribunais de Contas.
"Preservar a autonomia da atuação das organizações não governamentais é, portanto, fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade aberta e efetivamente democrática", acrescenta o texto.
As entidades reconhecem a relevância de fiscalizar recursos públicos e aprimorar serviços e políticas públicas, mas ponderam que iniciativas neste sentido devem seguir os princípios constitucionais, que são contrários a interferência na atuação das organizações.
"As organizações da sociedade civil atuam de maneira próxima à população na representação de direitos e interesses de diversos segmentos, podendo através dessas atividades, colaborar para construção de políticas públicas mais eficazes e eficientes para atender às demandas da população", diz a carta.
O documento termina com um pedido de audiência com o ministro para debater o tema. As entidades esperam ainda que o decreto seja retificado.
A carta foi enviada também para os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício de Oliveira, e para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
O monitoramento das organizações foi estipulado num decreto publicado há uma semana. A Secretaria de Governo será a responsável por essa função. A medida foi criticada por ativistas, políticos da oposição e especialistas. Ao longo de sua vida política e durante a campanha presidencial, Bolsonaro fez uma série de críticas à atuação de ONGs no Brasil.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cerca de 820 mil ONGs com diversas finalidades atuam no país. As principais áreas de atuação das organização são na defesa de liberdades individuais e na melhoria das condições de saúde e educação do país.
CN/efe/ots/cp
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