
Embora dias antes os parlamentares tivessem concordado com um orçamento, o presidente se negou a assiná-lo, uma vez que o documento não incluía os mais de 5 bilhões de dólares que ele havia exigido para a construção do muro, levando assim à atual paralisação.
Nesta sexta-feira, Trump disse estar "muito orgulhoso" de suas ações. "Eu não chamo de paralisação, chamo de fazer o que tiver que fazer para o benefício e a segurança do nosso país", declarou.
"Estamos falando de segurança nacional, não jogando jogos", acrescentou o republicano, ao confirmar que a paralisação vai durar o tempo que for necessário numa tentativa de forçar o Congresso a aprovar o orçamento bilionário para sua "poderosa barreira".
"A fronteira sul é um desastre perigoso e horrível", acrescentou Trump, denunciando ocorrer ali imigração ilegal e tráfico de drogas e de humanos. "Temos que ter essa estrutura erguida."
Ainda falando a repórteres, o presidente levantou a possibilidade de declarar emergência nacional a fim de ordenar a construção do muro sem a necessidade da aprovação dos democratas no Congresso. "Posso fazer isso se eu quiser. Essa é outra maneira de fazer isso", ameaçou.
O chefe de Estado também alegou que alguns ex-presidentes americanos chegaram a dizer a ele que erraram ao não terem construído um muro durante sua gestão. Nenhum antecessor de Trump jamais defendeu publicamente essa ideia.
As declarações de Trump à imprensa ocorreram após uma reunião com líderes parlamentares na Casa Branca para discutir a paralisação no governo. Embora o presidente tenha chamado a discussão de "muito produtiva", nenhum acordo com os opositores foi alcançado. Negociações entre democratas e republicanos devem continuar neste fim de semana.
Fontes afirmaram que, durante a reunião, Trump foi firme em sua decisão de manter parte do governo fechado até que os democratas concordem em liberar os 5 bilhões de dólares para o muro.
O Partido Democrata, por sua vez, urge ao presidente que suspenda a paralisação enquanto as negociações estão em curso. Chuck Schumer, líder da minoria democrata no Senado, afirmou que será "difícil ver progressos sendo feitos até que o governo seja reaberto".
A paralisação parcial atinge agências de dez departamentos do governo federal, incluindo Transporte e Justiça, assim como dezenas de parques nacionais.
Além disso, afeta cerca de 800 mil dos 2,1 milhões de funcionários do governo, que pararam de receber seus salários. Deles, 420 mil têm que comparecer ao trabalho, em serviços considerados "essenciais", enquanto o restante permanece em casa.
EK/afp/ap/efe/lusa/rtr/cp
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