Hoje fui um dos oito deputados que votaram “não” à indicação de Guilherme Maluf (PSDB) para ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Infelizmente, a indicação de Maluf foi uma vitória do governador Mauro Mendes (DEM), resultado da interferência do Poder Executivo no Legislativo. Defendi um rito democrático e transparente, que abrisse a possibilidade de entidades da sociedade civil indicarem nomes. O rito aprovado não permitiu isso, mas houve avanços em relação a processos anteriores, com dois nomes da sociedade civil e quatro deputados indicados. Eu desejava que o avanço fosse maior. Optei por não indicar nenhum nome porque percebi que a correlação de forças dentro da Assembleia iria determinar a escolha do conselheiro, que ficaria entre os deputados indicados. Por isso, considerei melhor não submeter um nome de fora a uma exposição e um desgaste desnecessários.
Então avaliei o impacto da indicação no balanço de forças dentro da Assembleia. Por isso, no colégio de líderes, votei pela indicação do deputado Max Russi (PSB), único nome que poderia evitar a vitória do candidato do governo. Com a indicação de Max Russi ao TCE, a oposição a Mauro Mendes se fortaleceria, com a presença do deputado Valdir Barranco (PT) na 1ª Secretaria da Mesa Diretora e a chegada do delegado Sergio Ribeiro (PPS) à Assembleia, um servidor de carreira que se tornaria deputado.
Outro ponto que pesou na minha decisão foi o fato de o deputado Guilherme Maluf ser réu em uma ação penal que cursa no âmbito do TJ-MT. Sem qualquer pré-julgamento, entendo que esse fato pode levar a uma nova judicialização de todo o processo de escolha do conselheiro do TCE, que já passou quatro anos suspenso pela Justiça.
A vitória de Maluf demonstrou a grande influência que o governador tem sobre este parlamento, e sinaliza que nós, da oposição, ainda teremos muita luta pela frente.
Dep. Estadual Lúdio Cabral
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