Nascido em Cuiabá, me formei em medicina no ano de 2004 e tive a honra de ter entrado na Santa Casa no ano de 2012 e por lá fiquei até 2016. Portanto, fiz parte do corpo clínico desta instituição onde fiz, durante este período, vários atendimentos médico, fui plantonista e afirmo: mais da metade das minhas atividades cirúrgicas que ali realizei foi pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Realizei cirurgias de alta complexidade nas áreas de joelho e quadril. Na época, realizava três ou quatro cirurgias de alta complexidade por semana.
Tive muitos pacientes de convênios particulares que várias vezes me perguntavam: doutor, como faço pra realizar uma doação pra Santa Casa? Faziam isso porque sentiam um humanismo no atendimento e sempre viram esse hospital como um verdadeiro hospital filantrópico. A instituição está pronta, está lá, não é possível que vão deixar destruir uma história linda para depois construir outra com o suado dinheiro público sob a alegação que falta hospital em Cuiabá.
Por tudo isso é que senti vontade de me manifestar diante dessa situação porque passa esta casa. Assim como tantas outras pessoas, tenho um enorme carinho e amor pela instituição Santa Casa. Sempre a vi como uma mãezona. Sempre estendendo a mão à população mato-grossense sem distinção nenhuma. Um hospital humanizado com os pacientes e com os funcionários que ali trabalhavam, não da para acreditar que chegou a este ponto.
Logo entendo que a instituição é muito maior que todas as pessoas envolvidas neste imbróglio; a Santa Casa, por sua própria história, merece respeito e atenção das autoridades do nosso Estado e do país. Não pode ser destruída nem por má gestão, muito menos por interesses políticos eleitoreiros, ou por interesses econômicos de grupos que para obter lucro não se importam com a tragédia alheia.
Quero dizer que o problema no momento é de polícia, de Ministério Público. Precisa de investigação, precisa de esclarecimento de todos os envolvidos. O não funcionamento da Santa Casa interessa a quem? Na briga da maré com o rochedo quem apanha é o marisco. Quem já esta sofrendo é a população que dela precisa.
Luiz Fernando Amorim é médico ortopedista em Cuiabá/MT - CRM/MT - 6292
Nenhum comentário:
Postar um comentário