
O presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz, apresentou o cenário histórico do setor e destacou a importância da continuidade do processo de desregulamentação, fazendo menção à Resolução 400 da ANAC. “O ambiente da liberdade de mercado proporcionou o ápice do nosso crescimento na virada do século 21. Mas o que não podemos é defender esse modelo somente quando estamos crescendo e voltar atrás quando a economia fica estagnada”, alertou Sanovicz. Segundo ele, o mais importante, que era obter o equilíbrio da nossa legislação com os padrões internacionais, tem sido alcançado. “Prova disso é que empresas internacionais abriram novos voos e devem lançar outros em breve”, acrescentou.Sanovicz também informou que, atualmente, mais da metade dos custos da aviação estão atrelados ao dólar – 31% deles só ao combustível de aviação. Além disso, ele destacou o peso do ICMS sobre o querosene de aviação. “Com base na recente redução do ICMS em São Paulo, por exemplo, já estamos lançando novos voos a partir do estado. Ao final do programa, serão 490 novos voos e teremos 72 voos para dentro do estado de São Paulo e destinos antes não atendidos”, explicou.
Ainda de acordo com o presidente da ABEAR, a atuação conjunta dos órgãos reguladores, do Ministério da Infraestrutura e das companhias aéreas permite melhor fluidez na malha aérea. “Temos um patrimônio importante a defender: a concepção do mercado livre que atua nesse setor. A crise econômica é passageira e, na medida em que for superada, vamos retomar o movimento e seguir com a ampliação das malhas, pousos e passageiros – na contramão do que vivemos de 2015 até recentemente”, disse Sanovicz.
O superintendente de Acompanhamento de Serviços Aéreos da ANAC, Ricardo Catanant, apresentou o contexto regulatório da aviação civil e detalhou a natureza do mercado, apontando o desempenho histórico do setor nos mercados doméstico e internacional. A liberação do capital estrangeiro em companhia aérea brasileira foi apontada por ele como fundamental para o aumento da competitividade e a queda de preços para o consumidor.
O atual modelo adotado no Brasil foi elogiado por Andrey Vilas Boas, coordenador de Estudos e Monitoramento de Mercado da Senacon, que apontou a formação dos preços, a qualidade dos bens e serviços e a transparência das informações como principais pontos observados pela Secretaria. “O entendimento da Senacon é o de que o modelo da aviação é positivo, que confere transparência e clareza sobre os custos da aviação. Não está se permitindo cobrar a mais por um item de custo, mas sim saber qual é esse preço individualmente. O que hoje é perceptível de forma destacada”, avaliou.
Segundo ele, tudo aquilo que permita ao consumidor ter a exata noção por aquilo que está pagando é uma evolução no sistema. “A possibilidade de abertura de mercado é fundamental para avançar em termos de diversificação de preços e voos, especialmente do ponto de vista regional”, afirmou. Vilas Boas também mencionou uma evolução positiva na redução do número de cancelamentos de voos e extravio de bagagens.
Luciana Rodrigues Ateniense, da Comissão Especial de Defesa do Consumidor da OAB, apresentou questionamentos do cliente, sobretudo em relação à precificação das passagens. Carlos Eduardo Xavier, secretário estadual de tributação do Rio Grande do Norte, comentou negociação com as companhias aéreas para melhoria da avaliação regional. Também participou da mesa o conselheiro da Associação Brasileira das Agências de Viagens (ABAV), Lamarck Freire Rolim.
Da Redação
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