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terça-feira, 16 de abril de 2019

"História da Notre-Dame se confunde com a da França"

Kathedrale Notre-Dame in Paris (picture-alliance/S. Gabriel)Joia da arquitetura medieval, Catedral de Notre-Dame se tornou ao longo dos séculos um dos símbolos mais emblemáticos de Paris e sua trajetória sempre esteve ligada intimamente à história da França. "Majestoso e sublime edifício", escreveu em 1831 o escritor francês Victor Hugo, referindo-se à Catedral de Notre-Dame. Um dos exemplares máximos da arquitetura medieval que conseguiu exprimir em uma construção todo o espírito da época, o templo católico transcendeu ao longo dos séculos a sua função religiosa e se tornou um dos símbolos mais emblemáticos de Paris – e consequentemente do Ocidente.
A catedral sobreviveu a uma série de revoluções e duas guerras mundiais. Sua trajetória também sempre esteve intimamente ligada aos altos e baixos da história da França.
Nesta segunda-feira (15/04), um incêndio de grandes proporções consumiu uma boa parte desse símbolo. Nas redes sociais, usuários compararam a tragédia ao incêndio da Biblioteca de Alexandria e à destruição de outras maravilhas da antiguidade. "Estou triste de ver essa parte de nós queimar”, disse o presidente da Franca, Emmanuel Macron.
Para o porta-voz da Conferência dos Bispos da França, Vincent Neymon, "um lugar importante da fé católica queimou”.
Sua construção foi ordenada pelo rei Louis 7º, um dos líderes da Segunda Cruzada, no século 12, como a intenção de ser um símbolo da crescente importância de Paris como centro econômico e social da França.
O local escolhido, na Île de la Cité, uma pequena ilha rodeada pelas águas do rio Sena e o centro da antiga cidade medieval de Paris, já tinha uma longa história religiosa, tendo abrigado um templo pagão na época dos romanos. Em 1163, a construção foi iniciada. Só seria completada em 1345, mais de 180 anos depois. Seu estilo fundiu elementos da arquitetura românica e do gótico primitivo.
Ela logo se tornou um dos símbolos mais conhecidos da França. A catedral também passou a ser o quilômetro zero do país, ponto inicial de todas as estradas que saíam de Paris.
Nos séculos seguintes, o monumento passou por várias reformas que alteraram a sua forma. A mais famosa dessas reformas ocorreu a partir de 1845 e foi liderada pelo arquiteto Eugène Viollet-le-Duc, que deu a forma definitiva da catedral que persistia até hoje.
Ao longo de 25 anos de trabalho, foram instalados novos sinos na catedral (os anteriores foram derretidos para a fabricação de canhões durante a Revolução Francesa) e uma nova e mais resistente flecha (uma torre situada sobre a parte central da nave) foi construída após a antiga mostrar sinais de desgaste. Uma série de novas estátuas também foi instalada. Os trabalhos dessa fase foram iniciados durante o reinado do rei Luís Felipe e só terminaram quando o país já havia passado por um curta república e voltado a ser um Império sob a liderança de Napoleão 3º.
Um pouco antes dessa reforma, o próprio Victor Hugo havia feito um alerta sobre o estado da catedral, que apresentava sinais de degradação, em seu célebre livro "Notre-Dame de Paris”. O "majestoso e sublime" não era apenas um elogio, mas um apelo pela sua preservação.
"Sem dúvida, a igreja de Notre-Dame de Paris é ainda hoje um majestoso e sublime edifício. Mas por mais bela que seja conservada enquanto envelhece, é difícil não suspirar, e não nos indignarmos perante as degradações, as mutilações sem nome que em simultâneo o tempo e os homens provocaram no venerável monumento, sem respeito por Carlos Magno que colocou a primeira pedra, por Filipe-Augusto que colocou a última", escreveu.
Nesta segunda-feira, a flecha instalada por Viollet-le-Duc no século 19 foi um dos principais elementos da catedral a desaparecer em meio ao incêndio, tendo desabado após ser engolida pelas chamas.
Mas para além da arquitetura e da religião, a catedral também conquistou ao longo de séculos um importante papel político na história da França.
Foi em seu interior que Napoleão foi coroado imperador em 1804. O local também foi palco de uma missa em 1944 para celebrar a libertação de Paris das tropas nazistas, com a presença do general Charles de Gaulle. Mais de duas décadas depois, o próprio de Gaulle foi velado no edifício. Nos anos seguintes, seria também o local de velório dos ex-presidentes Georges Pompidou e François Mitterand.
A catedral também é o monumento mais visitado da Europa. Recebeu 13 milhões de visitantes em 2017 – para efeito de comparação, pouco mais de 6 milhões de turistas estrangeiros passaram pelo Brasil no mesmo ano.
No ano passado, a catedral começou a apresentar os mesmos problemas de degradação que foram apontados por Victor Hugo no século 19. Rachaduras foram detectadas e especialistas avaliaram problemas na estrutura. A Igreja Católica logo passou a pedir verbas para preservar o edifício. O programa de restauração foi lançado em meados de 2018, e estava previsto para durar duas décadas. Na semana passada, 16 estátuas haviam sido retiradas da construção e enviadas para ateliês de restauração.
As causas do incêndio ainda vão ser alvo de uma investigação, mas as autoridades já apontam – numa ironia trágica – que elas podem ter como origem justamente os trabalhos para salvar a catedral, que haviam transformado parte do monumento em um canteiro de obras.
Ao falar do incêndio, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, afirmou que não havia "uma palavra forte o suficiente para expressar a sua dor” frente à Notre-Dame devastada pelas chamas. Mas ela também afirmou que os parisienses podem encontrar força no lema da cidade: Fluctuat nec mergitur. Latim para "É sacudida pelas ondas, mas não afunda”.
Jean-Philip Struck/Caminho Político

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