CNA mantém maioria no Parlamento, mas perde eleitores. Pela primeira vez, legenda, que teve como maior ícone Nelson Mandela, não consegue alcançar 60% dos votos."O DA perdeu parte de sua base central para partidos como o FF+, mas também ganhou alguns dos eleitores desiludidos do CNA. No entanto, eles não se beneficiaram do declínio do CNA, que beneficiou apenas o EFF", acrescenta. De acordo com Mbete, o DA esperava festejar as perdas do CNA. "Eles não o fizeram. Eles cresceram, mas não tiraram todas as vantagens disso."
Parece que o DA não é mais o lar político de muitos eleitores brancos, enquanto o partido também fracassou em atrair muito mais eleitores negros. É aí que o EFF entra em jogo; partido defensor da reforma agrária sem compensação para os agricultores brancos e que oferece uma oposição mais radical à política do CNA, denunciando a corrupção profundamente enraizada do partido governista.
O EFF pôde, assim, obter ganhos em comparação com cinco anos atrás, mas deve ficar com pouco mais de 10% – pouco diante dos 14% previsto por alguns antes da votação.
Há outro fator crucial a considerar: o comparecimento às urnas foi de 65%, em vez dos 72% previstos. Este é um sinal da desilusão dos eleitores, segundo analistas. Olhando para a sociedade desigual da África do Sul, o analista político Makhosini Mgitywa acredita que os eleitores sul-africanos podem ter sido influenciados pelos esforços do CNA para se redimir.
"O CNA elegeu um líder que não apenas fala sobre, mas também atua contra a corrupção", afirma. "As pessoas veem essas coisas e pensam: 'o CNA vai conseguir mudar'."
Mgitywa acredita que o partido governista ainda tem muito trabalho pela frente. "Agora a chave está com Cyril Ramaphosa e o ministério que ele vai nomear."
Martina Schwikowski (md)/Caminho Politico
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