
Vinte anos mais tarde, a região floresceu e a pujança do agronegócio, na contramão das políticas públicas e falta de incentivos, mudou esse panorama. Cidades que “não existiam” hoje são polos produtores e exportadores, com grande geração de empregos e serviços variados ligados ao agronegócio.
Foram criados milhares de postos de trabalho diretamente nas propriedades e indiretamente nas revendas de insumos, máquinas e equipamentos agrícolas, além de hotéis, restaurantes, supermercados, farmácias e butiques, algo nunca visto antes. Tudo isso ocorre com a preservação de 73% da área do cerrado da região e com uma agricultura que não ocupa nem 7% deste território, segundo dados já divulgados pela Embrapa. Ou seja, trata-se de uma produção altamente eficiente e sustentável.
É evidente que nos municípios em que a soja e o milho são plantados a vida das pessoas melhorou se comparado ao que era antes da chegada da agricultura tecnificada. Nestes, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais que dobrou, conforme dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Não fosse os agricultores que lá estão, não haveria nenhum modelo de desenvolvimento sendo adotado para os municípios da região.
A verdade é que o cerrado do Matopiba não está ameaçado. Mas as pessoas, sem o benefício do desenvolvimento econômico, ficarão ameaçadas pela pobreza e desnutrição, pela falta de oportunidades, de emprego e de qualidade de vida.
A produção de soja no cerrado brasileiro é um caso de sucesso não apenas pelo impacto econômico extremamente positivo para o desenvolvimento do país, mas também pela sustentabilidade social e ambiental desta produção.
Portanto, antes de se falar em recursos vindos do exterior para reduzir a produção de grãos do país, é preciso entender com mais profundidade e conhecimento técnico o modelo de produção brasileiro, definido por leis rígidas nas áreas ambiental, fundiária, trabalhista e tributária.
Vinícius Tavares/Caminho Político
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