
Atualmente, 87% se apresentam em condição difícil ou crítica, segundo Índice de Gestão Fiscal, da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). A insolvência pública pode chegar a mil municípios nos próximos 5 anos. Quando isso acontece, quem paga a conta é o cidadão, em sua maioria, desesperançado e a espera pelos serviços públicos de qualidade.
São muitas as propostas em curso. Como a reforma da Previdência, que tem o condão reequilibrar as contas dos Estados e municípios. Porém, na minha opinião, nenhuma reforma pode ser tão importante e definitiva como a Reforma Tributária. Por mais que seja desgastante, é um tema que precisa ser enfrentado a bem do interesse público, a bem do interesse maior do cidadão, que paga seus impostos, e é submetido a uma exagerada carga tributária, que se materializa em 63 impostos, taxas e contribuições.
Como já expressei em outras ocasiões, temos que enfrentar a “guerra de tributação”, que impede o crescimento, trava a economia e complica esse sistema tributário. Mas também já disse que precisamos – e acredito que vamos – avançar nas reformas sob o prisma do Pacto Federativo. Até porque, antes de mais nada, se faz necessário garantir a sobrevivência dos Estados e dos municípios.
Enquanto as reformas não chegam, é preciso garantir a divisão do bônus de assinatura da cessão onerosa pelos critérios dos Fundos de Participação dos Municípios e dos Estados. Com isso, assegurar colocar 10,5 bilhões no caixa dos Municípios, R$ 10,5 bilhões no caixa dos Estados e mais R$ 2,1 bilhões nos Estados produtores. Nessa conta, Mato Grosso receberá R$ 446 milhões, sendo R$ 197,4 destinados aos municípios.
Ainda é pouco. Por isso, é preciso que o Governo assegure o pagamento do FEX, prometido pelo ministro Paulo Guedes. São R$ 2 bilhões do FEX e mais R$ 2 bilhões da Lei Kandir, que lutamos muito para que seja liberado o mais rapidamente possível. Outra situação que precisamos avançar diz respeito ao substitutivo do Projeto de Lei Complementar 461 de 2017 e dar consistência a Lei Complementar 157 de 2016, cuja decisão do STF, impediu a distribuição do ISS de forma mais justa.
Também espero ver aprovada logo a PEC 74/2019, de minha autoria, que transfere da União para os Municípios a competência para instituir imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR), pois acredito que esta é uma medida de justiça tributária.
É o mínimo para este momento em que lutamos pela reafirmação dos interesses mais eloquentes de todos os brasileiros.
Wellington Fagundes é senador por Mato Grosso e vice-presidente da Frente Parlamentar Mista de Defesa dos Municípios Brasileiros
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