
À época, a jornalista investigava vários políticos malteses, incluindo o primeiro-ministro do país e sua esposa, no âmbito do escândalo "Panamá Papers", que mostraram como centenas de políticos, empresários e celebridades utilizaram paraísos fiscais para evasão fiscal, lavagem de dinheiro e transações ilegais.
"Nós prendemos um homem como parte de nossas investigações sobre o assassinato de Daphne Caruana Galizia. Ele estava em seu barco no momento da prisão", afirmou a fonte, definindo ainda Fenech como "uma pessoa de interesse" no caso.
As acusações específicas contra o magnata ainda não foram tornadas públicas. Segundo a lei maltesa, as autoridades têm 48 horas para decidir se indiciam ou se libertam o suspeito.
O primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat, confirmou nesta quarta-feira que "uma pessoa de interesse" foi presa em conexão com o assassinato de Galizia.
A detenção de Yorgen Fenech aconteceu depois de Muscat garantir que daria imunidade a um homem suspeito de ter sido intermediário no assassinato em troca de seu testemunho no caso.
O delator, que não foi identificado, foi detido na semana passada numa operação conjunta da Interpol e da polícia maltesa contra lavagem de dinheiro, e admitiu saber quem está por trás da morte da jornalista.
Fenech é diretor e coproprietário da Electrogas, empresa que ganhou um grande contrato de energia em 2013 do governo maltês para a construção de uma usina.
Ele também é dono da 17Black, uma empresa obscura sobre a qual Galizia havia escrito em seu blog, ligando-a a pagamentos secretos a políticos do país.
Um e-mail descoberto pelos reguladores financeiros malteses confirmou as suspeitas levantas pela jornalista, ligando a 17Black a empresas secretas no Panamá pertencentes ao chefe de gabinete do premiê Muscat, Keith Schembri, e ao ministro do Turismo, Konrad Mizi.
Três pessoas foram detidas em dezembro de 2017 por suspeita de executarem o homicídio, mas o mandante do crime não havia sido identificado.
FC/rtr/ap/afp/lusa/cp
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