Mulheres reconhecem a importância da legislação, mas listam os desafios que ainda precisam ser superados para sua efetiva aplicação.A Comissão Mista de Combate à Violência Contra a Mulher lançou, na quarta-feira (11), a publicação do seminário “12 anos de Lei Maria da Penha”, realizado em 2018. No lançamento da publicação, que reúne artigos dos participantes do evento, as convidadas reforçaram a importância da lei, mas ressaltaram a necessidade de uma reavaliação constante para garantir sua efetiva aplicação.
Desafios
A subprocuradora-geral da República Ela Wiecko ressaltou que a Lei Maria da Penha não tem um viés "punitivista", pois valoriza a proteção da mulher.
"A Lei Maria da Penha se tornou punitiva pela forma como foi vendida para a mídia que dizia: 'Agora o agressor vai ser preso, agora é crime'. Como se antes não fosse. No momento em que foi para vara criminal, onde evidentemente os juízes estão acostumados a aplicar o Código de Processo Penal, eles não quiseram aplicar a lei tal como ela deveria ser aplicada", lamentou.
Para a promotora do Ministério Público do Rio Grande do Norte Érica Verícia, um dos maiores problemas é que ainda se utiliza o Código Penal para os processos da Lei Maria da Penha.
"A lei [Maria da Penha] foi criada para dizer que a mulher tem proteção integral, é ela que é o centro desta lei. Mas a gente põe o procedimento antigo, o procedimento criminal do processo penal que impede que essas mulheres tenham voz. Então é um paradoxo", explicou.
Mas a juíza auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça Flávia Moreira afirmou que o Judiciário está atento à necessidade de uma maior empatia com as vítimas.
Já a advogada Rúbia Abs da Cruz disse que, efetivamente, a implementação da lei não aconteceu totalmente. "Por exemplo, na questão da educação. A legislação trouxe inicialmente a importância e a necessidade de trabalhar nas escolas a questão da violência de gênero e aconteceu bem o contrário, pois surgiu a escola sem partido e a invenção da ideologia de gênero", criticou.
Da Redação/Caminho Político
Com informações da Agência Senado

Nenhum comentário:
Postar um comentário