
As duas demissões ocorreram dois dias depois da votação no Senado que absolveu Trump das acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso, e no dia seguinte ao discurso do presidente na Casa Branca no qual ele celebrou a decisão dos senadores. No pronunciamento, o presidente já adotara um tom de ressentimento, dizendo que seus acusadores eram "sujos e mentirosos" e se colocou novamente como vítima de perseguição política por parte da oposição.
Vindman, um oficial respeitado ferido em combate quando serviu no Iraque, recebeu ordens imediatas de deixar seu escritório no NSC. Seu advogado, David Pressman, disse que o tenente-coronel foi "escoltado para fora da Casa Branca, onde ele serviu zelosamente seu país e seu presidente". "Vindman foi demitido por dizer a verdade", afirmou.
O militar atuava como diretor de assuntos europeus no NSC, responsável por temas referentes à Ucrânia. Ele relatou ao Congresso um telefonema ocorrido no dia 25 de julho entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodomir Zelensky, no qual o americano teria pedido a abertura de uma investigação sobre o senador Joe Biden, um dos principais nomes do Partido Democrata para concorrer às próximas eleições presidenciais. "Não conseguia acreditar no que ouvia", afirmou aos congressistas.
"É inadequado que um presidente dos EUA exija que um governo estrangeiro investigue um cidadão americano e oponente político", afirmou Vindman ao Congresso. Para os democratas, o depoimento deixou clara uma das tentativas de Trump de coagir um governo estrangeiro a intervir nas eleições americanas em novembro deste ano.
Neste sábado, Trump justificou através do Twitter a demissão do militar afirmado que ele era "muito insubordinado" e que relatou "incorretamente" as informações sobre seu telefonemas "perfeitos" com Zelensky.

O embaixador disse ainda que o advogado pessoal de Trump, o republicano Rudy Giuliani, liderou as tentativas de pressionar Zelensky, com o conhecimento de funcionários do alto escalão da Casa Branca e do Departamento do Estado.
Os testemunhos de Vindman e Sondland foram fundamentais para que Trump se tornasse o terceiro presidente da história americana a sofrer um impeachment na Câmara dos Representantes do Congresso, antes de ser absolvido pelo Senado.
Além de Vindman e Sondland, foi removida do cargo nesta semana a consultora da Casa Branca Jennifer Williams, que também foi testemunha no processo do impeachment de Trump.
RC/afp/rtr/cp
Nenhum comentário:
Postar um comentário