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domingo, 29 de março de 2020

"CORONAVÍRUS: "Estamos apenas no começo da crise econômica"

Wirtschaftskrise Weimarer Republik Schlange vor Berliner Leihamt 1924 (picture-alliance/akg-images)Pandemia do coronavírus é semelhante às economias de guerra, diz historiador à DW. Segundo especialista, crise pode atingir dimensões globais e pode "ficar tão ruim quanto a Grande Depressão do início dos anos 1930". Albrecht Ritschl é historiador da economia e professor na London School of Economics desde 2007. Em entrevista à DW, Ritschl explicou que o principal efeito de crises, como o mundo vivencia agora com a pandemia do coronavírus são mudanças industriais e setoriais nas formas de trabalho.
O exemplo típico disso é o trabalho remoto, apontou o historiador. "Posso muito bem imaginar que grande parte dessa forma de trabalho vai prosseguir. Todas as grandes guerras, todas as grandes crises levaram a uma mudança na forma de produção."
O especialista apontou ainda que o verdadeiro motor da recuperação de uma crise está na dívida pública. "Se um país tinha um nível relativamente baixo de endividamento antes do início dessa crise e, portanto, também opções de ação em termos de política fiscal, então se pode sair mais fácil e rapidamente dela."
O senhor é historiador e se ocupa de crises econômicas. Em poucas palavras ‒ quais são as principais características de uma crise econômica?
Albrecht Ritschl: Queda na demanda, baixa produção, desemprego em massa, crise financeira e muitas vezes ocorre uma crise da dívida pública.
Em que ponto estamos na atual crise econômica?
Estamos apenas no começo da crise, que pode ficar tão ruim quanto a Grande Depressão do início dos anos 1930. Um declínio no Produto Interno Bruto de cerca de 20% também não está totalmente fora de questão. A perspectiva é sombria e depende de quanto tempo as medidas de isolamento vão durar.
A economia está quase completamente congelada ‒ quase todas as atividades pararam. Isso já aconteceu antes?
Qualquer comparação é capenga. A que mais se aproxima é a comparação com as economias de guerra. Durante as guerras mundiais, restaurantes, pequenas lojas e oficinas estiveram fechadas por toda parte.
A razão para tal foi, é claro, que se queriam liberar recursos para a economia de guerra. Nós não temos isso agora. Essa é a grande diferença. No entanto, já se pode dizer que algumas áreas podem encolher de maneira semelhante à época das guerras. Lá, a economia despencou em até 70% em certos setores.
Veranstaltung über eine Lösung der Reparationsfrage zwischen Deutschland und Griechenland (DW/P. Kouparanis)Quanto tempo pode funcionar essa paralisação econômica?
Obviamente, todos nós nos perguntamos quando seremos atingidos pela escassez de suprimentos ou agitação social. E já se pode ver que os políticos estão entrando em pânico internacionalmente.Vemos isso mais claramente no caso do presidente americano: ele está tentando salvar sua pele, prometendo alavancar a economia novamente depois da Páscoa. Ninguém sabe como ele chegou a essa visão. Mas é comum o cálculo político funcionar de forma diferente da opinião de um especialista.
Em tais situações, o Estado tem poder de moldar a política econômica?
O que vemos agora em nível internacional é a questão do "dinheiro de helicóptero" (injeções diretas de dinheiro no bolso dos consumidores para que eles gastem rapidamente). Por exemplo, nos EUA. Mas, em princípio, o subsídio para compensar parcialmente a redução dos salários na Alemanha é nada mais do que isso.
Isso é algo que também se conhece das guerras mundiais. Basicamente, trata-se de uma tentativa de extinção de incêndio financeira. É um ato reativo ‒ mas sem nenhum poder real de moldar a economia. A grande questão está nas medidas de contenção e seus efeitos. O remédio é pior do que a doença? Atualmente, esse é tema de acirrado debate.
Atualmente, os Estados estão gastando muito dinheiro ‒ também se poderia dizer que o estão imprimindo. Isso vai resultar necessariamente em inflação?
Não se sabe se isso realmente acontece: todos os economistas previram isso para o período após a crise financeira de 2008. E todos nós nos enganamos, inclusive eu próprio. O que quero dizer: nós realmente não sabemos. Mas correndo o risco de se enganar novamente: o perigo existe.
Mas como as crises mudam a economia?
O principal efeito são as mudanças industriais e setoriais nas formas de trabalho. O exemplo típico é o que estamos fazendo agora: trabalho remoto. Posso muito bem imaginar que grande parte dessa forma de trabalho vai prosseguir. Todas as grandes guerras, todas as grandes crises levaram a uma mudança na forma de produção.
Um exemplo?
A Primeira Guerra Mundial: o fortalecimento da mão de obra feminina, o reconhecimento dos sindicatos, o reconhecimento da jornada de trabalho de oito horas, a introdução do sufrágio universal.
A década de 1930 foi uma tentativa violenta de fazer voltar a roda da história. Após a Segunda Guerra Mundial, vimos a concretização da produção industrial em massa, a ascensão da sociedade de consumo, o acesso em grande escala a uma melhor educação. Esses são todos exemplos de mudanças após crises econômicas.
Existem fatores que ajudam na recuperação de uma crise?
O verdadeiro motor da recuperação de uma crise está na dívida pública. Se um país tinha um nível relativamente baixo de endividamento antes do início dessa crise e, portanto, também opções de ação em termos de política fiscal, então se pode sair mais fácil e rapidamente dela.
Os países onde esse não é o caso acabam geralmente tendo dificuldades com o descontrole da dívida pública no final de uma crise. O sul da Europa após a crise financeira de 2008 é o exemplo clássico e continuará sendo agora.
O senhor diria então que a Alemanha está bem preparada?
A Alemanha se preparou para a luta, por assim dizer, por meio de sua polêmica política de endividamento zero, para poder agora implementar uma enorme quantidade de contramedidas. Nesse aspecto, o país está numa posição muito boa.
Mas, na Alemanha, temos o problema de estarmos mais interligados internacionalmente do que a maioria das principais economias. Isso significa que somos mais dependentes do que outros países de que nossos vizinhos estejam indo bem.
Nicolas Martin (ca)Caminho Político
Edição: Régis Oliveira

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