Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

domingo, 26 de abril de 2020

"DIPLOMACIA: China tentou influenciar governo alemão em meio à pandemia"

Support To Hong Kong Protests In Berlin (picture-alliance/NurPhoto/E. Contini)Governo Merkel aponta que diplomatas chineses fizeram lobby para tentar obter declarações positivas de autoridades alemãs em relação às medidas de Pequim contra covid-19.O governo alemão confirmou neste domingo (26/04) que diplomatas chineses fizeram lobby para que autoridades do país europeu divulgassem comentários positivos sobre a forma com que a China tem lidado com a pandemia.
"O governo alemão está ciente dos contatos individuais feitos diplomatas chineses com o objetivo de obter declarações positivas sobre a gestão do coronavírus pela República Popular da China", declarou o Ministério do Interior, em uma carta enviada a uma deputada do Partido Verde, que questionou o governo da chanceler federal Angela Merkel sobre o tema. O governo afirmou ainda que "não atendeu aos pedidos” e disse que do ponto de "vista do governo federal alemão, a transparência tem um papel chave na luta contra a pandemia”. "Deixamos isso claro à República Popular da China", diz a resposta do governo.
A existência do lobby foi revelada inicialmente pelo jornal Welt am Sonntag. O jornal procurou a embaixada chinesa em Berlim para comentar o assunto, mas a representação diplomática rejeitou a alegação e classificou as informações do jornal como "irresponsáveis”. No entanto, a carta divulgada pelo governo alemão acabou por desmentir os chineses, aponta o jornal.
Por outro lado, o governo alemão também evitou antagonizar com os chineses. Na mesma carta, destacou os esforços de Pequim na luta contra o novo coronavírus e assinalou que, dentro de uma relação estratégica, há contatos permanentes entre Berlim e a China em tornos de diversos assuntos, entre eles a pandemia. O governo alemão também não deixou claro se considera que a China não tem sido transparente e evitou detalhar quando teriam ocorrido as tentativas de influência dos diplomatas chineses.
A destinatária da carta, a deputada Margarete Bause, que atua como porta-voz para direitos humanos do Partido Verde alemão, disse que ficou decepcionada com a reação do governo alemão. "A resposta do Ministério do Interior mostra o silêncio do governo federal em relação à China. O governo não está nem mesmo disposto a tomar uma posição clara contra as tentativas de influência de Pequim”, disse Bause ao Welt am Sonntag.
Relatório europeu teve tom amenizado
Na sexta-feira, a agência Reuters revelou que membros do governo chinês tentaram barrar a publicação de um relatório da União Europeia que destacava que Pequim vem promovendo desinformação sobre a pandemia.
Segundo a agência, diplomatas chineses souberam do conteúdo crítico previamente e afirmaram aos europeus que "se o relatório fosse mesmo como o descrito e caso fosse publicado naquela data, seria muito ruim para a cooperação". De acordo com agência, o documento deveria ter sido publicado na última terça-feira, mas o material foi só liberado na sexta.
Ainda de acordo com agência, os europeus acabaram cedendo em parte à pressão. O relatório que acabou sendo publicado difere do material original ao qual a Reuters e o jornal americano The New York Times afirmam terem tido acesso no início da semana. Parte do tom crítico aos chineses foi suprimido.
Logo no início, segundo a Reuters, o documento original apontava que a "China continuou a organizar uma campanha global de desinformação para evitar de ser responsabilizada pela disseminação do vírus e para melhorar a sua imagem internacional”.
No entanto, o resumo da versão final atribui a campanha de desinformação a "fontes” apoiadas por "diversos governos, incluindo a Rússia e, em menor grau, a China".
De acordo com o NYT, o documento original apontava, por exemplo, que Pequim realizou esforços para reduzir menções à origem do vírus, em parte culpando os Estados Unidos por espalhar a doença internacionalmente.
O documento também apontava que Pequim criticou a França como lenta em responder à pandemia e que os chineses espalharam falsas acusações de que os políticos franceses usavam insultos racistas contra o chefe da Organização Mundial da Saúde. No entanto, vários desses trechos acabaram sendo suprimidos ou seu tom crítico foi atenuado, segundo o jornal.
JPS/rt/dpa/ots/cp

Nenhum comentário:

Postar um comentário