O isolamento social causado pelo novo coronavírus despertou o interesse por mídia, educação e tecnologia em um piscar de olhos. De uma hora para outra empresas, escolas, universidades e cursos de todas as áreas se viram forçadas a prosseguir com o conteúdo iniciado, só que agora em um outro formato. Da sala de aula tradicional migraram para o espaço digital levando professores de todas as idades a correr atrás de serviços e ferramentas que propiciam transmissão de informação e conhecimento pela internet. O modelo de educação a distância não é novidade. O mundo já tem diversos exemplos. O que eu mais gosto é o chamado MOOC (Massive Online Open Course).
A tradução poderia ser de um curso aberto a todos, em modelo online, e gratuito. Nessa estrutura é possível inserir diversas mídias para levar informação aos alunos: texto, vídeo, áudio, fotos, etc. Fica prazeroso de fazer porque é um aprendizado não-linear: você começa por onde achar melhor. Se gostar de podcast, por exemplo, é por lá que o aluno pode iniciar sua jornada de aprendizado.
A questão que se impõe hoje a diversos educadores é que está nas mãos deles fazer valer a união entre mídia, educação e tecnologia. Se antes estava apenas no campo teórico, agora é hora de saber inserir conteúdo, criar dinâmica de aula virtual e em tempo real, engajar estudantes por meio de vídeo, etc. Esse cenário apresenta uma necessidade que faz surgir novas oportunidades. O professor, por exemplo, terá que experimentar modelos em que ele não é apenas o centro das atenções. Mas não é só do lado do profissional que a corda aperta. Vejo alunos que devem se forçar a ter mais participação e voz ativa durante a aula.
Em relação ao jornalismo, no Brasil e no mundo, houve grande mudança de postura dos profissionais por conta da pandemia da COVID-19. Eles passaram a entender que uma entrevista feita por smartphone teria o mesmo valor que a feita em modelos tradicionais. Muitos jornalistas em isolamento social passaram a usar as redes sociais para entrar ao vivo de dentro de casa usando seus perfis pessoais. É uma mudança de paradigma e de mentalidade de produção de notícia e de informação.
Aos professores de todas as idades, eu me refiro a eles dizendo que após esse período a educação não será mais a mesma. A esperança é que entendamos que há modelos possíveis de educação mediados por tecnologia e mídia. Eu, particularmente, estou fazendo um movimento para que no dia 28 de outubro de todos os anos possamos realizar o Dia da Mídia na Escola. Acontece que agora eu já considero estender para mais dias. Quem sabe nasce a Semana da Mídia na Escola? É uma chance de percebermos a importância da produção de mídia na educação. Nós já começamos o movimento. Comunicação e Educação nunca foram tão parceiras nessa hora.
Marcio Gonçalves é Educador Google Innovator, Professor de Jornalismo e Coordenador Acadêmico da Spot Educação.
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