


Valmi Bohn denuncia os muitos erros do governo brasileiro na “prevenção da pandemia e na proteção de nossas crianças e adolescentes, cada vez mais vulneráveis”. Ela vê Dia de Combate à Exploração de Crianças e Adolescentes, o Dia do Faça Bonito, que está comemorando 20 anos, como momento “de muita luta, de entidades da sociedade que se unem para cuidar, para proteger as crianças e adolescentes”.Isso nos ajuda a prestar mais atenção diante de “situações de violência, de abuso e exploração sexual, de tráfico humano, que possam estar acontecendo nesse tempo perto da sua casa ou dentro da sua casa”, segundo a coordenadora nacional da Rede um Grito pela Vida. Ela orienta para “procurar no conselho tutelar, ou uma delegacia para denunciar”, insistindo em “procurar todos os recursos para combater esse grande mal da violência, do abuso e da exploração de nossas crianças e adolescentes, e vamos proteger a vida e a saúde de quem a gente ama”.
A Igreja da Amazônia, ao longo do processo sinodal, “muito tem contribuído para dar visibilidade à realidade das violências nos territórios da Amazônia, principalmente o abuso e exploração sexual e o tráfico de pessoas” segundo a irmã Rose Bertoldo. A religiosa destaca que essa problemática, “apareceu com muita força nas escutas sinodais, são grandes gritos dos povos da Amazônia, que foram levados para a Assembleia Sinodal, e também foram trazidos por muitos outros padres sinodais”.Tudo isso tem sido recolhido no Documento Final do Sínodo para a Amazônia, de forma muito forte, reconhece a irmã Rose, que tem visto o processo sinodal como momento em que “a Igreja da Amazônia tem assumido essa superação dessas violências, a própria REPAM tem assumido isso e trabalhado nos seus territórios, com diversas ações de prevenção, de cuidado com a vida da infância”. Essa preocupação também está presente nas Igrejas locais da região amazônica, como acontece com o Regional Norte 1 da CNBB, onde a Rede um Grito pela Vida tem uma forte presença.
Nesse sentido, afirma a religiosa do Imaculado Coração de Maria, enquanto REPAM, as Igrejas do Regional Norte 1 “têm assumido como uma causa comum o enfrentamento a essas violências, realizando diversas ações nas parquias, nas comunidades, de enfrentamento, não só de dar visibilidade, mas principalmente de prevenir, de alertar as crianças e adolescentes sobre essas violências”. Em Manaus, a própria Assembleia Arquidiocesana assumiu todo esse processo de superação de violências, e uma delas é a violência contra crianças e adolescentes. Tem desenvolvido diversas ações a través das instituições, Rede um Grito pela Vida, Caritas, Pastoral do Menor, os diversos espaços que tem contribuído.
Dentro do processo sinodal, os documentos surgidos têm abordado essa questão. Segundo Rose Bertoldo, “na própria exortação Querida Amazônia, o papa Francisco, logo no primeiro capítulo, do sonho social, traz presente toda essa realidade da violação de direitos dos povos da Amazônia, e chama a Igreja a assumir esse compromisso efetivo, principalmente diante do abuso, da exploração e do tráfico de pessoas”. A religiosa insiste que essa “é uma causa comum que a Igreja tem assumido e dado resposta a essas violações de direito que fere tanto a vida, principalmente das crianças e adolescentes”.
De 16 a 24 de maio, a Igreja católica está celebrando a Semana Laudato Si, fazendo memória do 5º aniversário da publicação da encíclica. Nessa conjuntura, o 18 de maio, é mais uma oportunidade para descobrir que “o papa Francisco nos chama a compreender nosso papel no cuidado da casa comum, na defesa da vida como um todo”, afirma a auditora sinodal. Ela insiste em que “uma das questões que aparece muito forte na encíclica Laudato Si, é quando o Papa pergunta para a humanidade que mundo queremos deixar para as futuras gerações”.
Desde essa perspectiva, a religiosa se pergunta “que gerações estamos formando para o cuidado dessa casa comum”, insistindo em destacar “a importância de cuidar da infância, porque uma criança que é abusada, que é violada em seu corpo, em sua dignidade, como ela vai cuidar depois dessa casa que é comum a todos nós”. Não podemos esquecer que o cuidado da infância sempre “se faz necessário e urgente, principalmente nesse tempo que a gente vive de pandemia, que o próprio isolamento social tende a acirrar essa violência contra crianças e adolescentes, principalmente o abuso e exploração sexual”, conclui Rose Bertoldo.
A reportagem é de Luis Miguel Modino. Edição: Régis Oliveira. Foto: Luis Miguel Modino.Rede um Grito pela Vida e Caminho Político.
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