
Um diretor da empreiteira disse ter repassado mais de 10 milhões de reais, via caixa dois, para campanhas eleitorais de Alckmin ao governo de São Paulo. Segundo a denúncia, foram 2 milhões de reais para a campanha de 2010 e mais 9,3 milhões de reais em 2014. Em ambas ele foi eleito.
Além das delações, a denúncia se baseia em prova pericial encontrada nos sistemas de informática do Grupo Odebrecht, análise de extratos telefônicos, obtenção de conversas pelo aplicativo Skype e ligações telefônicas, bem como análise de documentos indicando a prática de cartel no Metrô de São Paulo e no Rodoanel.
A investigação tramita na Justiça Eleitoral de São Paulo. Em 2018, quando renunciou ao governo paulista para concorrer à Presidência da República, Alckmin perdeu o direito ao foro privilegiado como governador. Desde então, a investigação saiu do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Além de Alckmin, foram denunciados Marcos Antônio Monteiro, tesoureiro da campanha de 2014, o advogado Sebastião Eduardo Alves de Castro, o doleiro Alvaro José Gallies Novis, entre outras pessoas ligadas à Odebrecht.
Em nota, o diretório do PSDB de São Paulo afirmou que "reitera sua confiança na idoneidade" do ex-governador. "Em seus mais de 40 anos de vida pública, Alckmin manteve uma postura de retidão e respeito à lei sem jamais abrir mão dos princípios éticos e de seu compromisso em servir ao setor público e ao cidadão."
"Acreditamos na Justiça e temos convicção de que, ao final do processo, os fatos serão devidamente esclarecidos", completa o texto, assinado pelo presidente estadual do partido, Marco Vinholi.
Na semana passada, quando foi divulgado seu indiciamento pela PF, Alckmin disse em entrevista à CNN Brasil que não foi ouvido durante as investigações. "Quem está na vida pública tem por dever prestar contas cotidianamente", afirmou. "As minhas campanhas tanto de 2010, de 2014 e agora, em 2018, foram rigorosamente dentro da lei."
No começo do mês, a força-tarefa da Operação Lava Jato denunciou outro tucano, o senador e ex-governador de São Paulo José Serra, por lavagem de dinheiro transnacional. De acordo com a denúncia, Serra usou a influência política de seus cargos públicos entre 2006 e 2007 para receber da Odebrecht pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul. Foram cometidos crimes até 2014, afirmam os procuradores.
LE/ots/cp
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