
O presidente americano voou de helicóptero neste sábado (11/07) para o Centro Médico Militar Nacional Walter Reed, nos arredores de Washington, para um encontro com militares infectados pelo novo coronavírus e com profissionais de saúde que prestam cuidados aos doentes.
Quando deixou a Casa Branca, Trump disse aos repórteres: "Quando se está em um hospital especialmente, penso que é esperado que se use uma máscara." Ele apareceu usando o equipamento de proteção no corredor do Walter Reed, quando começou sua visita, mas não o vestia quando desembarcou do helicóptero, nas instalações.
O presidente ainda não havia usado máscara em público desde o início da epidemia nos Estados Unidos, que tiveram seu primeiro caso confirmado em janeiro. Ao todo, o vírus já infectou mais de 3,2 milhões de pessoas e matou pelo menos 134 mil no país.
Outros políticos republicanos de alto escalão, como o vice-presidente Mike Pence e o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, passaram a aderir ao uso da máscara nos últimos tempos, à medida que o novo coronavírus ganhava terreno.
Pessoas próximas de Trump disseram à agência de notícias Associated Press (AP), em condição de anonimato, que o presidente temia que uma máscara o fizesse parecer fraco e desviasse o foco para a crise de saúde pública, no lugar da recuperação econômica.
Embora não usasse o equipamento de proteção, ele enviou diferentes sinais sobre máscaras, reconhecendo que estas eram apropriadas se usadas em um ambiente fechado onde o distanciamento social não pudesse ser garantido.
Trump, porém, chegou a acusar jornalistas de as usarem para se mostrarem politicamente corretos e publicou mensagens no Twitter debochando do democrata Joe Biden, seu adversário nas eleições presidenciais deste ano, por usar máscara e insistindo que o rival parecia fraco.
O uso de máscaras tornou-se, assim, outra linha divisória na política americana, com republicanos mais resistentes a usá-las do que os democratas. Poucas máscaras foram vistas nos recentes comícios de Trump em Tulsa (Oklahoma), Phoenix (Arizona) e Mount Rushmore (Dakota do Sul).
A única vez em que se soube que o presidente usou máscara foi durante um momento privado, em uma visita a uma fábrica da Ford no Michigan, em maio. Na ocasião, ele se recusou a vestir a proteção em público porque disse que não queria dar esse prazer à imprensa.
Nas última semanas, várias pessoas próximas ao líder americano tiveram resultado positivo para covid-19. Uma delas é Kimberly Guilfoyle, namorada de seu filho Donald Jr. Ela foi diagnosticada pouco antes do comício de Trump em Mount Rushmore, em 3 de julho, e o casal precisou entrar em quarentena.
Os Estados Unidos, país mais atingido pela pandemia no mundo, têm batido recordes de casos quase todos os dias. Neste sábado, foram 66.528 novas infecções registradas, segundo a Universidade Johns Hopkins. Em quatro dos últimos cinco dias, o país somou mais de 60 mil casos diários.
As infecções por coronavírus disparam em alguns estados, como a Flórida, onde a Disney reabriu dois de seus quatro parques temáticos em Orlando neste fim de semana. Neste domingo, o estado bateu recorde de novos casos, com mais de 15,3 mil ocorrências em apenas um dia.
O mundo também registrou um novo recorde de casos neste domingo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Foram 230.370 infecções em 24 horas, com os maiores aumentos registrados nos EUA, Brasil, Índia e África do Sul. O recorde anterior era de 10 de julho, com 228.102 casos. Ao todo, mais de 12,7 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus em 188 países e territórios, e mais de 566 mil morreram.
EK/afp/ap/lusa/ots/cp
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