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sábado, 25 de julho de 2020

"Reconverter Santa Sofia em mesquita é populismo", diz Nobel turco"

Cerimônia de reabertura da Hagia Sophia como mesquitaAntiga basílica transformada em museu em 1934 reabre ao culto muçulmano. Para Orhan Pamuk, um dos romancistas mais prestigiados da Turquia e Nobel da Literatura, episódio desfaz imagem secular do país.Nesta sexta-feira (24/07), a Basílica de Santa Sofia (Hagia Sophia) reabriu para orações muçulmanas, pela primeira vez em 86 anos. Trata-se da primeira cerimônia realizada no monumento mais visitado de Istambul desde que o local foi convertido de museu em mesquita, através de um controverso decreto presidencial.
Apesar das atuais medidas de distanciamento social ditadas pela pandemia de coronavírus, o evento atraiu centenas de fiéis do lado de fora da antiga igreja bizantina do século 6º.
Em 10 de julho, um decreto do presidente Recep Tayyip Erdogan o edifício ao culto muçulmano, despertando críticas ao redor do mundo. Uma destas vozes dissidentes é a de Orhan Pamuk, um dos romancistas mais prestigiados da Turquia e Prêmio Nobel de Literatura de 2006.
Ele lamenta o destino da famosa obra arquitetônica, Patrimônio Mundial da Unesco desde 1985, considerando-o um ato populista que desfaz a imagem laica de seu país construída por Kemal Atatürk, fundador da moderna república turca. Em Istambul, Pamuk concedeu uma entrevista exclusiva para a DW.
DW: A grande Hagia Sophia, aqui em Istambul, um museu nos últimos 86 anos e parte do patrimônio mundial da UNESCO, agora é novamente uma mesquita e irá ecoar orações muçulmanas. Como isso o faz se sentir? O que tem passado por sua cabeça nos últimos dias?
Escritor turco Orhan PamukOrhan Pamuk: Em 1934, o fundador da República Turca, o grande Kemal Atatürk, converteu a Santa Sofia, ou Ayasofya Cami, num museu. Por que ele fez isso? Ele queria dizer ao mundo moderno, especialmente ao mundo ocidental, que "essa é uma grande arquitetura ortodoxa grega, a maior catedral grega de todas". "Agora quero convertê-la em museu, para dizer ao resto do mundo 'nós, turcos, somos seculares'. Queremos impor o laicismo francês ao nosso Estado e integrar a grande cultura e civilização europeia." Essa foi a decisão que ele tomou. Agora eles a estão desfazendo.
A Santa Sofia é extremamente importante tanto para muçulmanos como para cristãos como museu, como o senhor mencionou, era um espaço secular. Sendo assim, o que a decisão do presidente turco de transformá-la novamente em mesquita significa para a Turquia?Significa simplesmente que não respeitamos mais o secularismo de Kemal Atatürk. Queremos ser populares, queremos ser populistas, queremos fazer experimentos com o islã popular e dizer ao resto do mundo que agora não estamos muito felizes com o Ocidente. Não é uma mensagem de que eu goste. Eu a critico, mas estou surpreso que a oposição aqui não a desafie. Por quê? Porque eles estão agindo e pensando que se trata de uma decisão muito popular. Infelizmente é uma decisão popular acolhida pelo povo turco. E o destino da Santa Sofia deve ser concedido pelo povo turco. Eu também sou cidadão turco e, como muitos milhões de laicos, sou contra. Mas nossas vozes, infelizmente, não são ouvidas.
E por que os descontentes com essa decisão não estão se manifestando?
Uma razão por que não estão levantando a voz é que não há liberdade de expressão na Turquia para contestar isso. Infelizmente eles também têm medo de dizer 'essa é a tradição secular de Kemal Atatürk. Por favor, não a mudemos'. Isso é importante no sentido de que a nação turca se distingue de outras nações muçulmanas pelo fato de sermos seculares e o resto do mundo saber disso.
Todo turco, mesmo que seja eleitor do AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento), a sigla governista e islâmica, se orgulha secreta ou abertamente de ser diferente de outras nações muçulmanas, dizendo "como os europeus, nós somos seculares", e essa é a originalidade da Turquia . Agora estão nos tirando esse orgulho de sermos simultaneamente muçulmanos e seculares. Esse era o projeto de Kemal Atatürk.
Julia Hahn (ip)Caminho Político
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