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quarta-feira, 14 de outubro de 2020

"O vírus alimenta a fome mundial"














A pandemia e o aquecimento ambiental podem ter efeitos devastadores sobre a pobreza global. Segundo a organização humanitária italiana Cesvi, o número de pessoas atingidas pelas crises alimentares poderia duplicar. O alerta é em relação às crianças. A pandemia, de um lado, e as mudanças climáticas, de outro, produziram um curto-circuito que terá repercussões sobre a emergência alimentar global. O objetivo da fome zero em 2030 (“Objetivo 2” da Agenda da ONU) corre o risco de permanecer como uma utopia: em vez disso, poderia duplicar o número de pessoas quem não têm comida suficiente.
É um cenário preocupante que vem à tona na 15ª edição do Índice Global da Fome, apresentado nessa segunda-feira pelo Cesvi, organização humanitária que atua em 22 países. A emergência está atualmente em um “nível moderado” em escala mundial, em leve melhora em comparação com o ano 2000, mas 11 países registram níveis alarmantes, e outros 40, graves.
A situação mais desesperadora está em três países – Chade, Timor Leste e Madagascar – seguidos de outros oito em condições dramáticas: Burundi, Comores, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Síria, Somália, Sudão do Sul e Iêmen.
Os quatro parâmetros examinados pelo Cesvi não deixam margem para dúvidas. De acordo com os dados da ONU e do Banco Mundial, quase 690 milhões de pessoas no mundo estão desnutridas, 144 milhões de crianças com menos de cinco anos sofrem de nanismo, e 47 milhões, de definhamento. Só em 2018, 5,3 milhões de crianças morreram de desnutrição.
A recessão econômica por causa da Covid-19 e as consequências das mudanças climáticas, em particular as inundações e as devastações dos gafanhotos na África, são dois fatores que irão aumentar a insegurança alimentar e nutricional de milhões de pessoas. O percentual de desnutridas no mundo está estável (8,9%), mas o número absoluto está aumentando: 10 milhões de pessoas a mais em 2019 em comparação com o ano anterior, 60 milhões em comparação com 2014.
O Sul da Ásia e a África subsaariana são as regiões com os níveis de fome mais altos. Em ambas as áreas, a fome é de nível grave, por causa do alto percentual de pessoas desnutridas (respectivamente 230 milhões e 255 milhões) e à alta taxa de nanismo infantil que afeta uma em cada três crianças. A África subsaariana tem a maior taxa de mortalidade infantil do mundo, enquanto o Sul da Ásia tem a maior taxa de definhamento infantil do mundo.
“A luta contra a fome global – ressaltou a presidente do Cesvi, Gloria Zavatta – deve ser cada vez mais um compromisso comum e um desafio cada vez mais urgente, tornado ainda mais complexo pela pandemia da Covid-19 e pelas consequências cada vez mais dramáticas das mudanças climáticas. O Cesvi está há décadas na linha da frente na luta contra a fome e no apoio às populações que fogem de guerras, perseguições e violações dos direitos humanos.”
Um dos países em risco é a Somália, com 5,2 milhões de pessoas necessitando de ajuda humanitária. O coronavírus ampliou os efeitos de uma crise econômica prolongada, à qual se somam as devastadoras enchentes de rios que estão atingindo o país e uma grave invasão de gafanhotos que começou no fim de 2019, que impacta a produção agrícola e a segurança alimentar.
Os dados apresentados nessa segunda-feira, baseados em dados anteriores à crise de saúde, ainda não refletem o impacto da pandemia. Mas pressagiam um cenário dramático: em particular, há o risco de uma duplicação do número de pessoas atingidas por crises alimentares agudas: 80 milhões de pessoas desnutridas apenas nos países importadores líquidos de alimentos. As medidas adotadas para conter a propagação do vírus tiveram como efeito colateral o aumento da pobreza.
Em algumas regiões, foi limitado o acesso aos campos e aos mercados, provocando picos localizados nos preços dos alimentos e reduzindo as oportunidades de renda. Em outras palavras, diminuiu a capacidade das populações vulneráveis de comprar alimentos.
A pandemia prejudicará os menores. As escolas fechadas em várias partes do mundo impedem que milhões de crianças recebam uma alimentação diária nutritiva. Poderiam aumentar em 6,7 milhões as crianças que sofrem de definhamento, com 130.000 mortes a mais.
O Cesvi lança um novo apelo para enfrentar a emergência alimentar de forma transversal, levando em conta as interconexões entre os seres humanos e o ambiente, e favorecendo relações comerciais mais equitativas.
“É preciso realizar uma série de intervenções aptas a garantir a continuidade da disponibilidade alimentar, a produção e a distribuição dos alimentos”, é o apelo que a presidente Zavatta dirigiu às instituições. “Provavelmente teremos que enfrentar outros choques e desafios até 2030.”
A reportagem é de Cinzia Arena, publicada por Avvenire e Caminho político. A tradução é de Moisés Sbardelotto. Edição: Régis Oliveira. Foto: Arquivo. Caminho Politico

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