Ribeiro foi chamado pela comissão porque em novembro de 2019 uma denúncia anônima indicou que a direção da UniFil, que fica em Londrina (PR), teria repassado para os alunos as questões que iriam cair no Enade, pedindo sigilo aos estudantes. Ainda segundo a denúncia, os alunos que acertassem toda a prova seriam liberados de fazer o Trabalho de Conclusão do Curso (TCC). O ministro afirmou que em outubro de 2020 o INEP notificou o ministério de que não existiam elementos que comprovassem a denúncia. Uma outra comissão do ministério chegou à mesma conclusão em janeiro de 2021.
O deputado Leo de Brito (PT-AC), um dos requerentes da audiência, questionou por que a investigação só foi enviada para a Polícia Federal e para o Ministério Público após a imprensa ter publicado a denúncia. De acordo com o deputado, o ministro recebeu a direção da UniFil em setembro de 2020 e, depois disso, foi mais duas vezes ao centro universitário, inclusive participando de cerimônia religiosa na igreja que controla a escola.
“É uma agenda privilegiada com o ministro da Educação. No dia seguinte, o ministro convocou uma reunião com as lideranças do MEC, fora da agenda oficial, cujo assunto foi Enade-UniFil. São diversos encontros, é uma relação de muita proximidade. Nós estamos falando de uma instituição que foi denunciada porque as notas realmente estão fora dos parâmetros”, apontou.Milton Ribeiro disse que pertence à mesma congregação da escola e participou da cerimônia num domingo.
“O fato de eu estar pregando, assistindo um culto num domingo numa igreja, mesmo que seja lá em Londrina, pela amizade que tenho aos pastores, isso, com todo o respeito, não pode ser indicativo de que eu estou lá combinando ações para tentar fraudar este ou aquele certame. Isso não é do meu perfil”.
Ribeiro disse que o inquérito foi enviado à Polícia Federal após a conclusão das investigações internas. O ministro afirmou ainda que a UniFil tirou boas notas no Enade em outros anos também.
Enem
O ministro também foi questionado pelo presidente da comissão, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), sobre o valor da taxa de inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), de R$ 85, e se isso não teria relação com o baixo número de inscritos para 2021. Foram inscritos 3,1 milhões de alunos este ano, enquanto 5,5 milhões tinham feito a inscrição para 2020. O ministro disse que "quem não pode pagar não paga" e que o total de alunos que realmente faz a prova vem caindo ano a ano.
Sobre o funcionamento das escolas públicas durante a pandemia, o ministro voltou a dizer que quem tem ingerência sobre esse assunto são os estados e municípios.
Reportagem - Sílvia Mugnatto
Edição - Ana Chalub
Foto: Cleia Viana
@caminhopolitico @cpweb
Nenhum comentário:
Postar um comentário