No final da semana anterior, o Brasil e vários educadores ao redor do mundo celebraram Paulo Freire. Mais que prestar um tributo a um homem ilustre, a celebração reconhece, na prática, o único caminho possível para fazer uma nação verdadeiramente próspera, qual seja, o ensino, a difusão do saber e do conhecimento. Um povo que recebe educação, é um povo independente. Somente com o ensino e o conhecimento amplos é que, ao cabo, será possível democratizar efetivamente as oportunidades de crescimento individual e coletivo. O Brasil é um país predestinado a ser uma referência econômica perante o mundo. A ciência, a tecnologia e o conhecimento aliado a grandeza territorial e a força de nossa gente permite que garanta assento à mesa entre as ditas grandes potencias. No entanto, sofremos com o desequilíbrio social,o que nos afasta das grandes lideranças do desenvolvimento humano. E isso será corrigido se investirmos cada vez mais no conhecimento.
“Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”, dizia esse grande filósofo brasileiro e eu creio nisso!
Mas a melhor forma de celebrar Paulo Freire não podem ser apenas com palavras, mas, sobretudo, discorrendo por atos práticos e objetivos, por iniciativas que nos encaminhem na direção sensata da tão sonhada prosperidade social. Do compromisso firmado com o povo de Mato Grosso, de trabalhar diuturnamente pelo fortalecimento da educação, é possível extrair forças que alimentam a população com as oportunidades.
Nesse sentido, com muita luta e persistência, foi possível, por exemplo, vencer os obstáculos e a burocracia para criar a segunda universidade federal, localizada em Rondonópolis. A Universidade Federal de Rondonópolis caminha para a sua consolidação administrativa e promovendo uma correção nos rumos do ensino que pratica, de forma a se constituir numa instituição de ensino voltada na pesquisa e na extensão também à vocação social e econômica regional.
Nessa batida, já estamos empenhados no trabalho para expandir ainda mais o ensino superior, com a proposta de criação da Universidade Federal do Norte de Mato Grosso, em Sinop, cidade que sedia uma das maiores fronteiras agrícolas do mundo.
Na semana que vem, levaremos o ministro da Educação, professor Milton Ribeiro, a conhecer cada palmo de Mato Grosso, numa agenda que pretendemos agregar vários itens, inaugurações, nomeações, homenagens e lançamentos de obras em Rondonópolis, Várzea Grande e Cuiabá. Esperamos, sinceramente, colher mais resultados desse trabalho.
Como bem dizia Paulo Freire, “é fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”.
Este ano, nos caberá relatar o orçamento do Ministério da Educação para 2022. Sabemos de antemão que a crise fiscal brasileira - potencializada pela crise sanitária mundial do novo coronavírus - nos permite poucas manobras de ação, como desejaríamos. Será nesse ambiente – quase hostil de dificuldades – que trabalharemos com a vertente de buscar as melhores soluções para o ensino.
As iniciativas devem se sustentar em um tripé. Primeiro, perseguir a meta de garantir que nenhuma criança fique fora da creche ou da sala de aula; segunda, gerar estímulos aos nossos jovens para que persistam no caminho do conhecimento; firmamos nossos pés no compromisso com os adultos porque nunca é tarde para o aprendizado.
Firmaremos no lema do mestre Paulo Freire: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Para isso, todas as forças que fazem a educação brasileira serão convocadas a nos auxiliar nessa tarefa. Afinal, mais que palavras, o ensino precisa gerar resultados. É dessa forma que entendo educação.
Wellington Fagundes é senador por Mato Grosso e relator da Orçamento do MEC para 2022
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