Documento sugeriu indiciamento de 66 pessoas; presidente foi acusado de nove crimes. O deputado federal Nelson Barbudo (PSL) criticou o relatório final da CPI da Covid, no Senado, que sugeriu o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por nove crimes. O parlamentar afirmou que a comissão foi “uma vergonha” e já foi iniciada com o resultado pronto. “A CPI foi feita simplesmente com o relatório final já antecipado, nós todos sabemos. É uma vergonha para o Brasil e para a classe política”, criticou, durante visita ao Palácio Paiaguás nesta segunda-feira (25). “Na minha visão, a CPI não deveria nem ter existido, porque para ser circo faltou a lona e para hospício faltou cercar. É um direito do Senado, mas foi uma palhaçada, com sete senadores tentando, a qualquer custo, incriminar o presidente”, acrescentou.
"Na minha visão, a CPI não deveria nem ter existido, porque para ser circo faltou a lona e para hospício faltou cercar"
Com mais de mil páginas, o relatório final será votado no Senado nesta terça-feira (26). Os pedidos de indiciamento serão encaminhados aos órgãos competentes, como a Procuradoria-Geral da República, os Ministérios Públicos estaduais e a Polícia Federal.
Nas mãos de Aras
Para Barbudo, caberá ao procurador-geral Augusto Aras avaliar se dará prosseguimento ou arquivará o documento. Na opinião dele, porém, o chefe da Procuradoria não terá outra decisão que não seja descartar o relatório.
"A CPI não abre inquérito, nem processa. A CPI simplesmente leva os fatos e o PGR analisa. Está nas mãos do Augusto Aras. Depois que analisar as milhares páginas, o que vai acontecer está nas mãos dele”, afirmou.
“Eu espero que o PGR, com sua consciência apurada e como um homem que leva o direito à regra, arquive, porque não tem fundamento, não tem nada que incrimine o presidente”, completou.
Relatório final
O documento final da CPI da Covid sugere o indiciamento de Bolsonaro e outras 65 pessoas , incluindo deputados, empresários, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, além de apontar crimes cometidos pelas empresas Precisa Medicamentos e a VTCLog.
Apenas o presidente foi acusado formalmente de nove crimes: prevaricação; charlatanismo; epidemia com resultado morte; infração a medidas sanitárias preventivas; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documentos particulares; crime de responsabilidade e crimes contra a humanidade.
A votação do relatório, que será nominal e ostensiva, está prevista para esta terça-feira (26).
LISLAINE DOS ANJOS/Caminho Político
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