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terça-feira, 9 de agosto de 2022

Pobreza atinge 24% da população de metrópoles brasileiras

Percentual de 2021 é o maior desde o início da série histórica, em 2012, influenciado por redução do auxílio emergencial, alto desemprego e inflação. Ipea projeta que pobreza diminuirá neste ano devido ao Auxílio Brasil. A pobreza alcançou 19,8 milhões de moradores das regiões metropolitanas do Brasil em 2021, o equivalente a 23,7% dos habitantes dessas cidades. Foi o maior número registrado desde o início da série histórica, em 2012, influenciado pela redução do valor do auxílio emergencial instituído durante a pandemia, o desemprego e a alta inflação no ano passado.
O dado consta do 9º Boletim Desigualdade nas Metrópoles, abrange as 22 principais áreas metropolitanas do país e foi elaborado a partir de dados da Pnad Contínua anual, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados anuais da Pnad consideram outras fontes de renda que não os rendimentos do trabalho, como aposentadorias, seguro-desemprego e benefícios sociais, e oferecem um retrato mais preciso da pobreza no país.
São consideradas em situação de pobreza as famílias que, em 2021, tiveram renda per capita mensal abaixo de R$ 465, e em extrema pobreza as que tiveram renda per capita mensal abaixo abaixo de R$ 160.
Alguns analistas projetam que a próxima Pnad Contínua anual, sobre 2022, mostrará uma redução no número de famílias em extrema pobreza, devido à criação do Auxílio Brasil e ao aumento do valor do benefício para R$ 600 de agosto a dezembro deste ano. Um estudo apresentado na última sexta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao governo federal, estima que haverá queda da extrema pobreza no país de 2021 para 2022, de 6% para 4% das famílias do país.
Recorde da série
O estudo identificou que, de 2020 para 2021, mais de 3,8 milhões de brasileiros residentes nas metrópoles entraram em situação de pobreza. Em 2012, o número de moradores de metrópoles em situação de pobreza era de 12,6 milhões, ou 16% da população – quase oito pontos percentuais a menos do que em 2021.
As maiores taxas de pobreza foram registradas nas regiões metropolitanas do Norte e Nordeste. Com exceção de Fortaleza e Natal, o percentual da população nessa situação em 2021 superou um terço, e ultrapassou 40% nas regiões metropolitanas da Grande São Luís e de Manaus.
A pobreza extrema também registrou recorde histórico em 2021, e alcançou 5,3 milhões de pessoas no conjunto das regiões metropolitanas analisadas, ou 6,3% da sua população. Mais da metade desse universo, ou 3,1 milhões de pessoas, caiu à situação de extrema pobreza nos últimos sete anos, e 1,6 milhões delas apenas em 2021.
Quase 40% das população brasileira, ou mais de 80 milhões de pessoas, vivem em alguma das regiões metropolitanas do país.
"A despeito de seu protagonismo econômico, social e político, as regiões metropolitanas vêm enfrentando enormes desafios, como a questão da violência urbana, das condições de moradia, do acesso e qualidade dos serviços públicos e, de um modo geral, das barreiras para o exercício pleno da cidadania por parcela considerável de seus habitantes", afirmaram os autores do estudo, coordenado por Andre Ricardo Salata, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), e Marcelo Gomes Ribeiro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Mais pobres perderam mais
O estudo identificou que a desigualdade de renda, medida pelo coeficiente de Gini, atingiu o maior valor da série histórica em 2021, chegando a 0,565 para o conjunto das regiões metropolitanas. Em 2014, o Gini era de 0,538.
Outra medida da desigualdade de renda, a razão de rendimentos entre os 10% do topo e os 40% da base da distribuição de renda, chegou a 19,1. Isso indica que os 10% mais ricos ganhavam, em média, 19,1 vezes mais do que os 40% mais pobres. Essa foi a maior razão de rendimento médio da série histórica.
O rendimento médio domiciliar per capita para o conjunto das regiões metropolitanas, em 2021, alcançou o menor valor da série histórica: R$ 1.698. O mesmo ocorreu com os rendimentos médios segundo os estratos de renda: os 10% do topo da distribuição apresentaram rendimento médio de R$ 7.582,75, o estrato dos 50% intermediário apresentaram rendimento médio de R$ 1.562,55 e o estrato dos 40% na base da distribuição de renda apresentaram rendimento médio de R$ 396,10.
Na comparação entre 2014 e 2021, todos os estratos de renda apresentaram redução do seu nível de rendimento médio, porém o estrato de menor renda foi o que teve a queda mais expressiva no conjunto das regiões metropolitanas: os 40% mais pobres tiveram queda de 23,1% em seus rendimentos nesse período.
"Sabemos dos inúmeros efeitos negativos de um elevado nível de desigualdades, tais como o esgarçamento do tecido social, o desperdício de talentos, o enfraquecimento das instituições democráticas e a redução da capacidade de crescimento econômico – como recentemente reconhecido por instituições como o FMI e o Banco Mundial", afirmaram os autores do estudo.
O relatório foi produzido em parceria entre Observatório das Metrópoles, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL).
bl/lf (ots)cp
@caminhopolitico @cpweb

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