Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

GOVERNO DE MATO GROSSO

Deputado Estadual Drº. Eugênio de Paiva (PSB-40)

Deputado Estadual Drº. Eugênio de Paiva (PSB-40)
Agora como deputado estadual, Eugênio tem sido a voz do Araguaia, representa o #VALEDOARAGUAIA! 100% ARAGUAIA!🏆

Governo de Mato Grosso

Governo de Mato Grosso
Palácio Paiaguás - Rua Des. Carlos Avalone, s/n - Centro Político Administrativo

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

domingo, 30 de abril de 2023

Reciclagem de vidro: uma questão que precisa ser resolvida com urgência

A taxa de reciclagem de vidro ainda é muito baixa no Brasil. Em entrevista exclusiva, Juliana Schunck, CEO da Massfix, mostra caminhos para que isso seja resolvido. Quando os temas sustentabilidade e coleta consciente são abordados, logo vem à mente a urgência na reciclagem do plástico. Contudo, pouco se fala sobre a importância de se fazer o descarte correto do vidro, material que está mais presente na vida das pessoas do que se pode imaginar.
Numa tentativa de introduzir cada vez mais essa pauta na sociedade, a Organização das Nações Unidas (ONU) chegou a declarar 2022 como “O ano internacional do vidro”. De certa maneira, a estratégia parece ter surtido efeito positivo. Em dezembro do mesmo ano, o governo brasileiro criou um decreto para o sistema nacional de logística reversa de embalagens de vidro, que agora faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Para empresas como a Massfix – que está no mercado há 32 anos – a regulamentação trouxe otimismo. “Esperamos que a partir do segundo semestre isso comece a trazer um melhor fôlego para nossa cadeia produtiva”, diz Juliana Schunck, CEO da empresa, ao Habitability.
Reciclagem do vidro traz incentivo à economia circular
Apesar do primeiro passo ter sido dado, a estratégia governamental ainda precisa de uma certa organização e estruturação do sistema para que seja consolidada e passe a ter validade. Comparado a alguns países, o Brasil ainda tem uma taxa de reciclagem de vidro muito baixa, próxima ao limite de 25%. “O vidro é um material que pode ser 100% reciclado, e pode ser reaproveitado infinitas vezes sem perder sua qualidade. Para se ter uma ideia, a cada 1kg de vidro reciclado, é produzido 1kg de vidro novo”, avalia Schunk.
O país produz por volta de 1 milhão e 800 mil toneladas de vidro por ano. As empresas esbarram com questões como a de que o vidro corta, quebra fácil, é de difícil transporte e manuseio. Mas o grande desafio mesmo é financeiro. Enquanto o quilo da latinha de alumínio é comercializado por volta de 7 a 8 reais, o do vidro vale 20 centavos. Ou seja, nesse cenário, a reciclagem do material ainda não fomenta a atratividade econômica.
“O alumínio tem 98% de reciclagem e traz uma renda muito grande. Apesar de ter todo o apelo sustentável, o vidro não tem esse apelo financeiro”, expõe a empresária, pontuando que para mudar essa realidade é preciso alertar as pessoas sobre a importância dos processos de fabricação que usam recursos naturais, com menor dependência de matéria-prima virgem, priorizando insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis.
Recursos naturais ajudam a reduzir drasticamente os custos e a emissão de carbono na cadeia produtiva
Para o fabricante, esse processo pode resolver tanto as políticas socioambientais quanto econômicas da empresa. O vidro é composto basicamente de areia (barrilha, óxido de minerais e calcário), material abundante e barato. Então, ao deixar de usar matéria-prima na produção, a empresa reduz seu consumo energético no processo de fabricação e, ainda, diminui muito a emissão de carbono. Exemplificando, a cada 6 toneladas de vidro reciclado, a economia de CO2 é de 1 tonelada.
Ainda não existe um processo de reciclagem exclusivo para o vidro. Hoje, a coleta de lixo funciona de maneira unificada, com todos os resíduos sendo descartados para, só depois, serem separados. Esse trabalho, geralmente, é feito por cooperativas e ainda envolve muitos riscos.
Atitudes individuais podem ajudar a coleta de vidro ser mais segura
Uma das iniciativas da Massfix, segundo Juliana, é promover a conscientização da população sobre a importância da coleta seletiva de vidro, além de mostrar boas práticas de manuseio e descarte. Para tanto, além de instalar coletores em alguns municípios, a empresa também oferece treinamento para cooperativas.
“É importante saber, por exemplo, que os vidros não precisam ser separados por cor ou lavados antes do descarte”, explica a executiva. “Outra curiosidade é que não é necessário tirar os rótulos e tampas, geralmente feitos de material orgânico que podem ser facilmente absorvidos no processo de fabricação de um novo vidro em quantidades controladas”, completa.
Além disso, o recomendado é colocar todos os vidros em um único saco, separadamente dos demais materiais recicláveis. No caso de vidros quebrados, deve-se embrulhá-los em uma caixa de papelão ou em um papel mais grosso para diminuir o risco de ferir os catadores da coleta seletiva e a perda de cacos de vidro para reciclagem ou levar em um PEV (ponto de entrega voluntário) específico para vidros.
Já cerâmicas e porcelanas não devem ser descartadas junto do vidro, pois são contaminantes. Quando são derretidas, prejudicam todo o processo de reciclagem, podendo inclusive gerar explosão. Estes tipos de materiais, também, não devem ser incluídos no lixo de recicláveis comuns.
Aliás, nem todo vidro é reciclável. Vidros planos, sejam temperados, laminados ou espelhos, são 100% recicláveis, assim como vidros de embalagens. Mas, outros tipos de vidros dependem de processos e destinações finais especiais.
Vidros específicos, como aqueles resistentes ao calor, refratários ou com chumbo, por exemplo, não podem retornar ao ciclo de produção, dando origem à fabricação de um novo produto. Por isso, devem ser coletados separadamente para uma destinação final específica. Vidros de medicamentos devem ser destinados a logística reversa de medicamentos, já que, apesar de recicláveis, possuem resíduos químicos.
Mais de 1 bilhão de embalagens de vidro são descartadas anualmente no Brasil, muitas vezes sem os cuidados necessários para a separação do resíduo. Isso cria um grave problema urbano, já que o tempo de vida do material, na natureza, é indeterminado, o que além do desperdício, traz uma sobrecarga aos aterros das cidades.
Juliana Schunk avalia que chegou a hora de as pessoas entenderem o processo correto de reciclagem. Em tempo, um dos maiores desafios do Brasil, sem dúvida, é a educação ambiental. “É preciso criar, urgentemente, uma cultura de preocupação com o resíduo, que hoje não é difundida no Brasil. E é necessário estruturar, em um prazo curto, a cadeia do vidro em nível nacional, para que a gente consiga colher os frutos do aumento da taxa de reciclagem e, assim, conseguir chegar em números como existem em outros países, que chegam a 80% do total do vidro consumido sendo reciclado.”
habitability/Caminho Político
@caminhopolitico cpweb
Instagram: @caminhopoliticomt
#renunciaemanuel
#renunciastopa

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ame,cuide e respeite os idosos