Agências de notícias do governo e pró-oposição apontam que presidente turco teve 52% dos votos no segundo turno. Pleito representou o maior desafio de Erdogan em suas duas décadas no poder. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, no poder há 20 anos, declarou-se neste domingo (28/05) reeleito para mais um mandato de cinco anos, em um pleito que representou o maior desafio ao seu longo governo. O líder de 69 anos de idade vem lidando com a maior crise econômica da Turquia em décadas e os efeitos de um terremoto devastador em fevereiro que fez muitos turcos criticarem a atuação do governo, e neste pleito enfrentou uma aliança inédita de oposição que reuniu ex-adversários para tentar obter uma alternância de poder.
Baseada em uma prévia com 97% dos votos apurados, a agência de notícias estatal oficial Anadolu mostrou o líder de raízes islâmicas com 52,1% dos votos, contra 47,9% de seu rival secular da oposição, Kemal Kiliçdaroglu. Uma contagem separada publicada pela agência de notícias pró-oposição Anka mostrou Erdogan liderando por uma margem semelhante, com 51,9% dos votos contra 48,1% da oposição. O resultado final oficial ainda não foi proclamado.
Em sua primeira declaração após o fechamento das urnas, Erdogan dirigiu-se a apoiadores em frente à sua casa em Istambul. "Agradeço a cada membro de nossa nação por ter confiado a mim a responsabilidade de governar este país mais uma vez nos próximos cinco anos", disse. "O único vencedor hoje é a Turquia."
Os admiradores elogiam Erdogan por ter eliminado as restrições religiosas no país que é oficialmente secular, mas majoritariamente muçulmano, implementado ambiciosos projetos de infraestrutura e transformado a Turquia em uma força geopolítica.
Já os detratores o acusam de adotar práticas autoritárias que lembram os sultões otomanos, abalando as bases democráticas da Turquia e empobrecendo milhões de pessoas por meio de políticas públicas equivocadas.
Esta eleição foi considerada por muitos analistas como a mais importante do país em seus cem anos de história republicana. Kiliçdaroglu montou uma coalizão poderosa que agrupou antigos aliados desencantados de Erdogan com nacionalistas seculares e conservadores religiosos – uma combinação heterogênea que conseguiu empurrar a disputa para o segundo turno.
Os partidários da oposição viam nessa aliança uma chance de salvar a Turquia de ser transformada em uma autocracia por um homem cuja consolidação de poder rivaliza com a dos sultões otomanos. "Convido todos os meus cidadãos a votarem para se livrarem desse regime autoritário e trazerem a verdadeira liberdade e democracia a este país", disse Kiliçdaroglu após votar em um inédito segundo turno presidencial da Turquia.
Kiliçdaroglu fez giro à direita no segundo turno
A mensagem de unidade social e defesa das liberdades utilizada pelo candidato da oposição antes do primeiro turno deu lugar, na reta final da campanha, a discursos inflamados sobre a necessidade de expulsar os imigrantes e combater o terrorismo.
Sua guinada à direita foi direcionada aos nacionalistas que emergiram como os grandes vencedores das eleições parlamentares realizadas junto com o primeiro turno, em 14 de maio.
Kiliçdaroglu, de 74 anos, sempre aderiu aos valores nacionalistas de Mustafa Kemal Ataturk – um reverenciado comandante militar que formou a Turquia e o partido secular CHP de Kilicdaroglu. Mas até o primeiro turno esses princípios tiveram um papel secundário em relação à promoção de valores socialmente liberais praticados pelos eleitores mais jovens e pelos moradores das grandes cidades – uma aposta que muitos analistas questionaram se funcionaria.
Sua aliança informal com um partido pró-curdo que Erdogan retrata como a ala política de militantes proibidos no país o expôs a acusações de trabalhar com "terroristas". Por outro lado, a recente aproximação de Kiliçdaroglu com a extrema direita da Turquia foi prejudicada pelo endosso que Erdogan recebeu de um ultranacionalista que ficou em terceiro lugar no primeiro turno.
Mais informações em instantes.
bl (AFP)Caminho Político
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