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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Daniel Alves é condenado a 4 anos e meio de prisão

Tribunal espanhol considerou que existem provas suficientes, além do depoimento da vítima, que comprovam o estupro. O ex-jogador de futebol e ex-seleção brasileira Daniel Alves foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão pelo estupro de uma mulher no banheiro de uma casa noturna em Barcelona, na Espanha. O crime aconteceu na madrugada do dia 31 de dezembro de 2022 e ex-jogador já estava preso preventivamente há mais de um ano.
"A vítima não consentiu e que há evidências suficientes, além do depoimento da denunciante, que permitem que o estupro seja considerado comprovado", disse o tribunal através de uma declaração.
Além da pena de quatro anos e meio em regime fechado, a sentença inclui mais cinco anos de liberdade supervisionada e nove anos de afastamento da vítima, a quem Daniel Alves terá que pagar 150 mil euros(cerca de R$ 804 mil). O ex-jogador também deve pagar as custas do processo.
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O tribunal concluiu que está provado que Daniel Alves "agarrou subitamente" a vítima, atirou-a ao chão e, impedindo-a de se mexer, violentou-a, "apesar de a denunciante dizer que não, que queria sair". A corte destacou ainda que "para a existência de agressão sexual não é necessário que ocorram lesões físicas, nem que haja provas de oposição heroica por parte da vítima".
A sentença chega duas semanas depois do fim do julgamento. A defesa ainda pode recorrer ao Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC) e ao Supremo Tribunal da Espanha, mas enquanto recorrer, o ex-jogador seguirá em regime fechado
David Sáez, membro da equipe de acusação comemorou a decisão e disse que estão satisfeitos, porque "a versão e o sofrimento da vítima foram reconhecidos".
O crime
O estupro aconteceu na noite de 30 para 31 de dezembro de 2022 numa badalada casa noturna de Barcelona, quando a vítima foi levada para um banheiro. Acompanhada de amigos, a mulher informou a situação aos seguranças do estabelecimento, que ativaram o protocolo para esse tipo de situação e alertaram a polícia da Catalunha.
Ainda naquela noite, os agentes da corporação colheram o depoimento da denunciante, que formalizou uma denúncia de assédio sexual junto às autoridades no dia 2 de janeiro de 2023.
Daniel Alves chegou a apresentar quatro versões sobre o ocorrido. Em uma entrevista a um programa de televisão espanhol, o ex-jogador negou conhecer a mulher. Depois, reconheceu ter feito sexo com ela, dizendo que foi consensual. Ele disse ao jornal La Vanguardia que havia mentido porque temia que sua esposa o abandonasse.
O ex-jogador está detido desde que foi preso em Barcelona, em janeiro de 2023, e teve seus pedidos para ser libertado sob fiança repetidamente negados pelos tribunais. No entendimento da justiça espanhola, sua saída representava um risco de fuga devido à sua condição financeira. O Brasil não extradita seus próprios cidadãos quando estes são condenados em outros países.O julgamento
Durante seu depoimento, a vítima, que testemunhou atrás de uma tela para proteger sua identidade, disse que Alves a forçou violentamente a fazer sexo no banheiro privativo da boate, apesar de ela implorar para que ele a deixasse ir, causando-lhe "angústia e terror".
Uma amiga que estava com ela se emocionou ao contar ao tribunal como a vítima estava "chorando incontrolavelmente " depois de sair do banheiro, dizendo que Alves a havia "machucado muito".
Os policiais que atenderam a mulher contaram ao tribunal sobre o estado de agitação e "choque" da vítima quando chegaram à boate, além de estar ansiosa e com medo de que "ninguém acreditaria nela" se ela prestasse queixa.
Alves, que esteve presente no tribunal durante o julgamento de três dias, testemunhou que o seu encontro sexual com a mulher foi consensual e negou ter batido nela e a agarrado pelo cabelo. "Não sou esse tipo de homem, não sou violento", disse.
A ex-mulher de Daniel Alves, Joana Sanz, de 31 anos, disse ao tribunal na terça-feira que ele parecia muito bêbado quando voltou para a casa deles em Barcelona naquela noite e que ela não queria falar com ele por causa do "estado em que ele se encontrava". Alves "cheirava a álcool" e ao entrar no quarto "esbarrou em vários móveis e desabou na cama", disse ela ao tribunal.
enk/cn (Efe, ots)Caminho Político
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