Petista equiparou ações do Exército Israelense na Faixa de Gaza a crimes de Hitler. Governo de Netanyahu diz que presidente brasileiro cometeu "grave ataque antissemita" e exige retratação.O Ministério do das Relações Exteriores de Israel declarou nesta segunda-feira (19/02) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é persona non grata, ou seja, não será bem-vindo no país, por o brasileiro ter comparado a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza ao massacre de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. "Não esqueceremos nem perdoaremos. Este é um grave ataque antissemita. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informem o presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que se se retrate", escreveu o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, em postagens nas redes sociais.
"A comparação do presidente brasileiro Lula entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto."
Durante uma visita de Estado á Etiópia, neste fim de semana, Lula, indagado sobre a decisão de alguns países de suspender repasses financeiros à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), disse que "o que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus".
Ele classificou como "genocídio" e "chacina" a reação de Israel aos ataques terroristas do grupo extremista Hamas de 7 de outubro de 2023, e comparou a operação israelense ao extermínio sistemático de milhões de judeus pelos nazistas chefiados por Adolf Hitler, entre 1933 e 1945.
Lula deu as declarações durante entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou nos últimos dias da 37ª Cúpula da União Africana e de reuniões bilaterais com chefes de Estado do continente.
O termo persona non grata (pessoa indesejada, em latim) é um instrumento jurídico empregado nas relações internacionais, descrito no Artigo 9º da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas, para explicitar que um indivíduo não é bem-vindo em determinado país.
Chanceler de Israel repreende embaixador brasileiro
Em reação à fala de Lula, o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamim, Netanyahu, convocou o embaixador brasileiro Frederico Meyer para dar explicações.
O próprio Netanyahu afirmou nas redes sociais que a declaração banalizava o Holocausto – o massacre de 6 milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial: "Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é ultrapassar uma linha vermelha. Israel luta por sua defesa e garantia do seu futuro até a vitória completa."
O embaixador Meyer foi recebido pelo chanceler Katz no Yad Vashem, o Memorial do Holocausto, o que significou uma mudança no protocolo. Normalmente, as reuniões com embaixadores para advertências ou reprimendas ocorrem na sede da chancelaria do país.
A declaração de Lula como persona non grata em Israel veio de maneira surpreendente durante uma coletiva conjunta de imprensa entre Katz e Meyer.
"Eu trouxe o senhor a um lugar que testemunha, mais do que qualquer outra coisa, o que os nazistas e Hitler fizeram aos judeus, incluindo membros da minha família", disse o ministro, segundo o jornal The Times of Israel. "A comparação entre a guerra de Israel contra o Hamas e as atrocidades de Hitler e dos nazistas é uma vergonha."
Diferentes entidades judaicas criticaram a declaração de Lula. Para algumas destas, a fala do brasileiro "profana a memória dos que morreram no Holocausto".
rc (EFE, AFP, Reuters, ots)Caminho Político
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