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quinta-feira, 9 de maio de 2024

Operação de guerra: acolhimento nos abrigos de Porto Alegre

Com dezenas de milhares de desabrigados e com 85% da população da capital sem água potável, mais de 60 abrigos montados às pressas acolhem pessoas que tiveram que sair de casa, muitas vezes apenas com a roupa do corpo.A cada quinze minutos, em frente ao clube esportivo Geraldo Santana, no bairro Santo Antônio, em Porto Alegre, escuta-se uma voz gritar: "acolhimento, acolhimento". Então, voluntários vão até algum veículo que para em frente ao estabelecimento e recebem pessoas que tiveram de deixar suas casas em razão das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul desde o final do mês passado.
Algumas pessoas chegam com dificuldade de mobilidade e os voluntários providenciam cadeira de rodas, oferecem o braço como apoio e ajudam a carregar eventuais sacolas – mas muitos chegam apenas com a roupa do corpo.
O espaço funciona como centro de triagem para encaminhamento da população a abrigos emergenciais. As enchentes que atingem o estado já deixaram mais de 100 mortos, de acordo com o último levantamento da Defesa Civil desta quarta-feira (08/05). A tragédia afetou diretamente mais de 1,4 milhão de pessoas. Além disso, há 128 desaparecidos, quase 400 feridos e mais de 200 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Destes últimos, cerca de 66 mil são considerados desabrigados – precisaram se dirigir a abrigos do poder público ou de iniciativas voluntárias por não terem a quem recorrer.
Do total de 497 municípios do estado, 414 foram afetados pelas enchentes – cerca de 83% – e 336 estão em situação de calamidade pública. Enquanto a água baixa em regiões como o Vale do Taquari e o Vale do Caí, a situação ainda é crítica em Porto Alegre, na região metropolitana da capital e em cidades vizinhas, e se agrava no sul do Estado. O fluxo de pessoas em deslocamento e buscando abrigo é constante. "Estimamos que cerca de 6 mil pessoas tenham passado em 24 horas no centro de triagem neste local, aberto na segunda-feira (06/05)", aponta Larissa Nunes Carlosso, coordenadora de comunicação da secretaria de Obras da prefeitura de Porto Alegre e uma das coordenadoras do local.
Ao chegarem no centro de triagem, as pessoas têm atendidas primeiro as necessidades básicas: água, comida, a possibilidade de utilizar produtos de higiene e de trocar de roupa. De acordo com a coordenadora da prefeitura, são cerca de 400 voluntários auxiliando na triagem, incluindo diversos profissionais da área da saúde.
"É um primeiro acolhimento. Algumas pessoas chegam machucadas pela situação em que foram resgatadas, algumas estão desidratadas por terem ficado dias sem água. Também oferecemos tomadas e carregadores, e aqueles que conseguiram trazer seus celulares conseguem contatar familiares".
A partir do centro de triagem, muitas pessoas recebem carona voluntária para casa de amigos ou parentes. As que não têm onde ficar são encaminhadas para algum dos mais de 60 abrigos cadastrados na prefeitura de Porto Alegre. O SOS Rio Grande do Sul lista 192 abrigos em outras regiões do estado.
"Ainda temos algumas questões de resgate e acesso, mas cada vez menos. Também é importante que as pessoas atendam aos pedidos dos agentes públicos lá na ponta, quando for dito que precisam sair, que a água vai subir", frisa a tenente da Defensoria Civil do Estado Sabrina Ribas.
As pessoas são levadas à triagem e aos abrigos de diferentes formas: por viaturas da Brigada Militar (o equivalente à Polícia Militar no RS) e da Defensoria Civil, por voluntários e também por algumas linhas inoperantes de ônibus da cidade. Fixada nos portões do clube, está uma lista com as necessidades atualizadas do centro.
"O que mais precisamos é água potável, é o principal", diz a coordenadora. Estima-se que 85% de Porto Alegre esteja sem água potável. A situação é ainda mais grave com o aeroporto Salgado Filho e a rodoviária inoperantes.
Uma sólida estrutura voluntária
O salão paroquial da Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro Auxiliadora, em Porto Alegre, transformou-se desde domingo em uma das dezenas de abrigos de iniciativas independentes que não estão cadastrados na prefeitura. "Quando o padre Bruno deu o alvará, levantamos a estrutura em duas horas: com doações, colchões, e roupas separadas por tamanho. Esperamos uma hora e aí as pessoas já começaram a chegar", conta o coordenador do local, Ricardo Miranda.
O abrigo, já lotado, acolhe cerca de 80 pessoas e conta com aproximadamente 40 voluntários ativos a cada turno, dos cerca de 500 registrados no grupo que organiza o espaço. Entre os voluntários estão profissionais de diversas áreas que contribuem com suas expertises, como psicólogos, médicos, psiquiatras, enfermeiros, educadores físicos, fisioterapeutas, chefes de cozinha, etc.
No interior do salão, além de uma estrutura voltada ao atendimento de saúde, há um espaço equipado com brinquedos e uma mesa com livros e bebidas.
"Estamos bem amparados, com água, cozinha equipada, remédios, todos os suprimentos e recursos necessários. Estamos conseguindo atender até pessoas com deficiências físicas. Mas tem muitos abrigos que estão com falta de muitas coisas, então as doações que chegam são encaminhadas adiante", explica Ricardo.
Segundo ele, algumas pessoas vão embora no mesmo dia em que chegam, mas muitas não têm previsão de saída. "Temos estoque de alimentos para dois meses, além de três semanas de planilhas de voluntários já organizadas”, menciona, prevendo que o trabalho voluntário no local possa estar longe do fim. A previsão é que o lago Guaíba demora até 30 dias para voltar ao nível normal.
Valentina Gindri de Porto Alegre/Caminho Político
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