Exército israelense informou que bombardeios ao sul da capital Beirute mataram Sayyed Hassan Nasrallah e outros dirigentes do grupo extremista; ataques de Israel ao Líbano já mataram mais de 700 em uma semana. O Exército israelense anunciou neste sábado (28/09) a morte do chefe do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah. Segundo o porta-voz Avichay Adraee, ele foi vítima do bombardeio inimigo nos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano, na sexta-feira. "Hassan Nasrallah está morto", declarou o porta-voz \do Exército, tenente-coronel Nadav Shoshani, nas redes sociais, o que foi reiterado por outros membros da corporação.
Segundo as Forças Armadas israelenses, o Hezbollah tinha um plano de se infiltrar em comunidades israelenses, matar e raptar cidadãos, a exemplo do ataque feito pelo grupo extremista palestino Hamas em 7 de outubro de 2023.
Inimigo declarado de Israel, aliado do Hamas e apoiado pelo Irã, o Hezbollah confirmou em nota a morte de seu líder e prometeu vingá-la.
O comunicado recorda ainda como o clérigo xiita assumiu o controle do movimento em 1992, depois que seu antecessor, Abbas al Musawi, morreu durante um ataque israelense de helicóptero no sul do Líbano.
"Sua eminência Sayyed Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, juntou-se aos seus grandes e imortais mártires, cuja jornada liderou durante quase 30 anos, conduzindo-os de vitória em vitória", afirmou o grupo extremista.
Ataque ao QG do Hezbollah
Militares israelenses afirmaram ter realizado um ataque aéreo enquanto a direção do grupo extremista se reunia em seu quartel-general em Dahiyeh, uma área densamente povoada ao sul de Beirute. Além de Nasrallah, outros comandantes teriam sido também mortos.
Jatos israelenses bombardearam o sul e os arredores de Beirute durante toda a noite, depois que Israel disse ter matado Nasrallah. Dezenas de edifícios foram completamente destruídos. O Hezbollah afirmou ter disparado foguetes contra um kibutz e alvos militares no norte de Israel, em represália aos duros ataques.
Desde segunda-feira, os bombardeios israelenses mataram mais de 700 no Líbano, sendo 33 apenas neste sábado, além de 195 feridos, segundo autoridades libanesas. São os ataques mais intensos contra o reduto do Hezbollah desde que o grupo e Israel entraram em guerra pela última vez, em 2006.
O recente agravamento no conflito entre Israel e o Hezbollah teve início há menos de duas semanas, na esteira do confronto entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. Entre os ataques sofridos pelo Líbano, houve explosões de pagers e walkie-talkies, que mataram mais de 4 0 pessoas – na maioria combatentes do grupo radical, mas também mulheres e crianças.
Quem era Hassan Nasrallah
Hassan Nasrallah, um religioso de 64 anos, é objeto de um verdadeiro culto de personalidade no Líbano, onde era considerado um dos homens mais poderosos. Durante anos, viveu escondido e raramente apareceu em público.
Desde 1992, ele que comandava o grupo extremista, fundado pelas Guardas Revolucionárias do Irã em 1982 para lutar contra Israel e suas ocupações no Líbano. Nasrallah foi responsável por levar o grupo para a vida política no país e ampliar sua influência no Oriente Médio.
Reações do Oriente Médio, Biden
O Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou que "o caminho de Nasrallah continuará, e seu objetivo sagrado será realizado com a libertação de Jerusalém, se Deus quiser". O vice-presidente iraniano, Mohamad Javad Zarif, expressou suas condolências pela morte de Nasrallah, que ele descreveu como um "símbolo da luta contra a opressão".
O grupo islâmico palestino Hamas condenou a "agressão bárbara" de Israel no Líbano e os seus ataques a edifícios residenciais na última semana. "Estamos confiantes e certos de que este crime e todos os crimes e assassinatos da ocupação [israelense] apenas aumentarão a resistência no Líbano e na Palestina", acrescentou o grupo extremista.
O primeiro-ministro do Iraque, Mohamed Shia al Sudani, referiu-se a um "ataque vergonhoso", "um crime que mostra que a entidade sionista cruzou todas as linhas vermelhas".
Por sua vez, indagado por repórteres em Delaware se uma operação militar israelense em solo libanês era inevitável, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comentou: "É hora de um cessar-fogo."
sf/av (AFP, AP, ots)Assessoria/Caminho Político
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