Ao todo, 23 ministros e autoridades ministeriais, além de representantes de quase 50 países chegaram a um consenso, depois de cinco anos, para a elaboração do documento. Concluída nesta sexta-feira (13), a reunião ministerial do Grupo de Trabalho de Agricultura do G20 – última etapa de debates do grupo – apresentou a Declaração Ministerial elencando, entre os quatro temas escolhidos para a discussão deste ano, a sustentabilidade da agricultura e sistemas de produção resilientes e inclusivos para enfrentamento das mudanças climáticas como principais pontos.
A reunião ministerial durou dois dias (12 e 13) e foi realizada no município de Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, logo após a rodada de reuniões técnicas (10 e 11), no mesmo local. Os encontros contaram com a participação de 43 delegações dos países membros do G20, convidados e organismos internacionais, registrando a maior adesão de ministros desde a criação do GT Agricultura, em 2011.
Ao todo, 23 ministros e autoridades ministeriais, além de representantes de quase 50 países chegaram a um consenso, depois de cinco anos, para a elaboração da Declaração Ministerial. Em 38 tópicos, divididos em quatro eixos temáticos, os ministros concordaram na implementação de políticas públicas voltadas à sustentabilidade da produção de forma a garantir a segurança alimentar e nutricional do planeta e, ao mesmo tempo, combatendo os efeitos adversos das mudanças climáticas.
As prioridades trabalhadas pelo GT Agricultura sob a presidência pro tempore do Brasil foram: Sustentabilidade nos sistemas agroalimentares em seus múltiplos aspectos; ampliar a contribuição do comércio internacional para a segurança alimentar e nutricional; elevar o papel essencial da agricultura familiar, camponeses, povos indígenas e comunidades tradicionais na agricultura e nos sistemas alimentares sustentáveis, resilientes e inclusivos e promover a integração da pesca e aquicultura sustentáveis nas cadeias de valor locais e globais.
Para chegar ao documento final, os pontos foram discutidos ao longo de todo o ano. A primeira reunião do GT Agricultura foi realizada em fevereiro, uma nova rodada ocorreu em em abril, depois nos meses de maio e junho com debates específicos para a agricultura familiar, pesca e aquicultura, aspectos científicos e pesquisa agropecuária.
No Brasil, o GT Agricultura foi coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com participação dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e Pesca e Aquicultura (MPA), além da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Diferente da carta apresentada pelo Grupo de Trabalho nos últimos cinco anos, a Declaração Ministerial representa um compromisso dos países signatários na implementação das políticas públicas estabelecidas no documento e serve para nortear a adoção das medidas por cada nação.
O documento também contou com a contribuição de grupos paralelos ao G20, ligados aos setores privados, comunidade científica, entre outros. Destes apontamentos, a Declaração destaca a necessidade de modelos de financiamento e colaboração para apoiar os produtores rurais na transição para um sistema alimentar global inclusivo e com aumento de produtividade, fortalecimento da cooperação multilateral na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza – instituída na presidência brasileira do G20 -, produtos da pesca e aquicultura na contribuição de uma alimentação saudável e nutritiva, além do engajamento das comunidades na transição para garantir um futuro energético justo e sustentável.
A Declaração ainda tem foco nos parâmetros a serem discutidos no âmbito da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza a ser discutida na cúpula de líderes do G20 em novembro.
Assessoria/Caminho Político
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