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terça-feira, 19 de novembro de 2024

DECLARAÇÃO: Ministro da Justiça diz que Lula 'ficou estupefato com a dimensão' do plano para matá-lo

Ricardo Lewandowski afirmou ainda que a investigação sobre o plano de matar o presidente deve ter desdobramentos.O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (19) que deve ter desdobramentos a investigação que levou à prisão de envolvidos em um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Um dos pontos que ainda deve ser elucidado é a participação de Walter Braga Netto, ex-ministro e vice na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotada nas eleições presidenciais de 2022.
Segundo investigações da Polícia Federal, a casa do general Walter Braga Netto foi cenário para as discussões sobre o decreto de um golpe de Estado e o plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Lewandowski também não descartou novas prisões. "Se for o caso outras pessoas podem ser presas, se a PF concluir que houve envolvimento e que oferecem risco, coagindo testemunhas ou risco de fuga", disse. O ministro da Justiça afirmou também que falou nesta terça-feira com o presidente Lula, que ficou surpreso com o plano descoberto pela Polícia Federal. "Ele ficou estupefato com a dimensão do golpe, de imaginar que podia ser vítima de um homicídio".
Entenda a operação da PF que prendeu militares suspeitos de planejar golpe
Policiais federais prenderam cinco pessoas, incluindo quatro militares do Exército, em operação deflagrada na manhã desta terça-feira (19) para desarticular organização criminosa responsável por ter planejado um golpe de Estado para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e anular ações do Poder Judiciário.
Os militares presos fazem parte dos chamados "kids pretos", como são conhecidos os integrantes do Comando de Operações Especiais do Exército. Os kids pretos são altamente treinados com técnicas de ações de sabotagem e incentivo à insurgência popular. Essas ações são descritas pelo Exército como “operações de guerra irregular”. No caso investigado pela PF, o plano batizado de “Punhal Verde e Amarelo” incluía o sequestro e morte de Lula, do seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a investigação da Polícia Federal, a ação seria desencadeada em 15 de dezembro de 2022, duas semanas antes da posse de ambos.
A PF encontrou o documento “Punhal Verde Amarelo” em um HD externo de Mário Fernandes. Em um capítulo, o general descreveu os armamentos que seriam necessários para concretizar o plano de assassinato de Moraes: pistolas e fuzis comumente utilizados por policiais e militares, "inclusive pela grande eficácia dos calibres elencados"; além de uma metralhadora, um lança granada e um lança rojão, "armamentos de guerra comumente utilizados por grupos de combate".
O documento foi impresso pelo general no Palácio do Planalto em 9 de novembro de 2022, quando os telefones de Rafael Martins de Oliveira e Mauro Cid estavam conectados a rádios transmissores naquela área, o que leva a crer que eles também estavam na sede da Presidência da República. Posteriormente, o documento foi levado ao Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência, então ocupada por Jair Bolsonaro (PL).

Além dos cinco mandados de prisão, o STF expediu três mandados de busca e apreensão e 15 medidas como a proibição de contato entre os investigados, a entrega de passaportes em 24 horas e a suspensão do exercício de funções públicas. Os mandados foram cumpridos no Rio de Janeiro, em Goiás, no Amazonas e no Distrito Federal.

Confira a seguir quem são os cinco presos pela PF nesta terça-feira

  • Hélio Ferreira Lima, militar com formação em Forças Especiais, os "kids pretos".
  • Mário Fernandes, general reformado que foi secretário executivo da Presidência da República no governo Bolsonaro e assessor do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello.
  • Rafael Martins de Oliveira, militar com formação em Forças Especiais, os ‘kids pretos’.
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo, militar com formação em Forças Especiais, os ‘kids pretos’.
  • Wladimir Matos Soares, policial federal.
Ana Paula Ramos/Caminho Político
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