O abraço coletivo começa a partir das 11h da manhã de terça (3) e vai circundar todo o prédio, saindo da entrada principal na avenida Presidente Marques, subindo pela avenida Getúlio Vargas, avenida São Sebastião e voltando pela rua Cândido Mariano até o início do trajeto.
Segundo os organizadores, o abraço tem o significado simbólico de acolhimento e gratidão a todos que ajudaram a construir o colégio ao longo de 145 anos. "Assim, esta escola centenária valoriza o passado e projeta o futuro, celebrando também a superação de todas as dificuldades naturais do ensino público brasileiro e mantendo um padrão de qualidade que até hoje atrai milhares de estudantes em busca de uma vaga na instituição-modelo", destaca o diretor do Liceu.
Depois do abraço, as comemorações continuam no dia 11 com uma caminhada de alunos e ex-alunos, servidores, professores e diretores, saindo da Praça Ipiranga, passando pelos Correios e finalizando na sede do colégio na praça General Mallet. Ali acontece uma mostra de documentos históricos que estão sendo digitalizados através de convênio com a UFMT. À noite acontece a quermesse com feira gastronômica regional e apresentações culturais e musicais no campo de futebol do Liceu.
História centenária
O colégio foi criado através da Lei provincial nº 536 de 3 de dezembro de 1879, no governo de João José Pedrosa, como “Lyceu de Línguas e Sciências". A primeira sede foi na Travessa Paes de Oliveira, ao lado da Praça Ipiranga, onde hoje funciona o Ganha Tempo. Depois mudou para o prédio onde funcionam hoje os Correios, e para o Palácio da Instrução, até a construção do atual e imponente prédio que ocupa uma quadra inteira do bairro Quilombo.
Ele foi construído em 1944 por iniciativa do ex-governador e então interventor do Estado, Júlio Strübing Müller. Em 13 de março de 1979, no centenário de sua criação, o antigo Colégio Estadual recebeu o nome de Liceu Cuiabano. Mais tarde, em 1998, o ex-aluno e então governador Dante Martins de Oliveira decidiu homenagear a viúva de Júlio Müller. Por meio do decreto 2812, a escola passou a se chamar Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus Liceu Cuiabano Maria de Arruda Müller.
O prédio tem arquitetura típica das obras do Estado Novo de Getúlio Vargas, em estilo art déco, com linhas retas e formas retangulares bem marcadas em perfeita simetria e foi tombado como Patrimônio Cultural Estadual Edificado em 1984. A estimativa é que mais de 150 mil estudantes passaram pelo liceu ao longo da história, incluindo grandes autoridades como o marechal Cândido Mariano da Silva Rondon e o ex-presidente Eurico Gaspar Dutra e quatro ex-governadores (Júlio Campos, Carlos Bezerra, Dante de Oliveira e Pedro Taques), além do senador Antero Paes de Barros. Também foram alunos o historiador Lenine Póvoas, o médico Clóvis Pitaluga de Moura, o cel. Octayde Jorge da Silva, os atores Romeu Benedicto e Claudete Jaudy, o cineasta Luiz Marchetti e o artista Caio Ribeiro, a escritora Neila Barreto, entre outros.
Ali também estudaram muitos jornalistas como a correspondente internacional da Rede Globo, Délis Ortiz, artistas, empresários, trabalhadores e profissionais de todas as áreas, sob a orientação dedicada de mestres como Zulmira Canavarros, Cesário Neto, Isaac Póvoas, Nilo Póvoas, Pedro Gardés, José Magno, José Estevão, Filogônio Corrêa, Ulisses Cuiabano, os irmãos Guilhermina e Benedito de Figueiredo, Agostinho de Figueiredo, Filogônio de Paula Corrêa, Rafael Rueda, o padre Firmo Pinto Duarte, sua mãe Maria Dimpina Lobo Duarte, Jercy Jacob, Dunga Rodrigues, Eni Amin, a escritora Neila Barreto e outras personalidades da nossa história. Atualmente o Liceu Cuiabano abriga algo em torno de 1.450 estudantes de 130 bairros da Capital.
Assessoria/Caminho Político
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