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domingo, 19 de janeiro de 2025

TikTok sai do ar nos EUA, mas confia em "solução" de Trump

Rede social deixou de funcionar após a Suprema Corte confirmar na sexta uma lei aprovada no ano passado pelo Congresso obrigando plataforma a se desvincular de sua empresa matriz. "Salve o TikTok", posta Trump.
A rede social TikTok deixou de funcionar neste sábado nos Estados Unidos, depois que a Suprema Corte confirmou na sexta-feira uma lei aprovada no ano passado pelo Congresso, que obrigava a plataforma a se desvincular de sua empresa matriz, a chinesa ByteDance, ou enfrentar o fechamento. O aplicativo, que tem 170 milhões de usuários nos Estados Unidos, enviou a muitos deles uma mensagem em seus telefones com o aviso: "Desculpe, o TikTok não está disponível no momento", atribuindo a interrupção das operações à legislação promovida pelo Congresso.
No entanto, de acordo com a administração de Joe Biden, o TikTok tomou essa decisão por iniciativa própria. Após a decisão da Suprema Corte, a Casa Branca anunciou que o atual Executivo não aplicaria a lei e que o cumprimento estaria nas mãos do novo presidente, Donald Trump, que tomará posse na próxima segunda-feira.
Ainda neste sábado, em uma entrevista à NBC, Trump afirmou que "provavelmente" concederia à plataforma uma extensão de 90 dias para evitar sua proibição nos Estados Unidos.
A mensagem do TikTok nos dispositivos dos usuários apareceu cerca de uma hora e meia antes de a lei entrar em vigor, às 00:01 de domingo, horário padrão do leste dos EUA.
"Salve TikTok"
Quando os usuários tentaram acessar a plataforma, receberam um aviso de que o aplicativo estava bloqueado com uma mensagem dizendo: "Temos a sorte de que o presidente Trump indicou que trabalhará conosco em uma solução. Fique ligado!".
"Salve o TikTok!", postou o presidente eleito neste domingo (19/01) em sua plataforma, Truth Social, sem dar mais detalhes.
Além disso, alguns usuários informaram que o TikTok havia sido removido da loja de aplicativos da Apple nos Estados Unidos, não estando mais disponível para download.
Na prática, a entrada em vigor da lei obriga a Apple e o Google a removerem o TikTok de suas lojas de aplicativos, bem como as empresas de hospedagem na web que colaboram com a plataforma, como a Oracle e a Amazon Web Services, a cortarem relações com ela.
O não cumprimento da regra, que foi aprovada por motivos de segurança nacional, acarreta penalidades financeiras significativas: as empresas que continuarem a apoiar o TikTok poderão enfrentar multas de até 5 mil dólares por usuário, o que pode se traduzir em bilhões de dólares, dado o tamanho de sua base de usuários nos EUA.
Na noite de sexta-feira, o TikTok já havia alertado que seria forçado a suspender as operações neste domingo, a menos que o governo Biden garantisse que não aplicaria multas às empresas que apoiam o aplicativo.
Em resposta, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, chamou ontem à noite a declaração do TikTok de "golpe publicitário" e reiterou que o governo Biden não tinha intenção de aplicar a lei, deixando a decisão nas mãos de Trump.
Lei foi aprovada em abril passado
A legislação, aprovada em abril de 2024, deu à ByteDance nove meses para vender suas operações nos EUA a um comprador que não fosse considerado um "adversário" do país e declarou que, caso contrário, seria banida em 19 de janeiro por motivos de segurança nacional.
O governo Biden e os legisladores que promoveram a regra consideram imperativo que o TikTok se desfaça da ByteDance devido ao risco de que o governo chinês possa acessar dados de usuários dos EUA ou influenciar o debate público no país.
Em resposta a esses argumentos, o TikTok garante que tomou medidas para proteger a privacidade de seus usuários e nega que sua plataforma possa ser usada por Pequim como uma ferramenta de propaganda.
Além do TikTok, a proibição também afetou o CapCut, um popular aplicativo de edição de vídeo de propriedade da ByteDance e usado por muitos criadores para gerar conteúdo na plataforma.
Mesmo que Trump decida reverter a medida, a entrada em vigor dessa lei marca a primeira vez na história que os EUA baniram uma rede social em todo o país.
md (EFE, AFP)Caminho Político
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