O ex-policial penal Augusto Alexandre de Barros Santa Rita, de 47 anos, faleceu na noite de quinta-feira (13), vítima de um infarto fulminante, sem conseguir ver seu maior sonho realizado: a reintegração ao sistema penitenciário de Mato Grosso. Ele foi exonerado em 2006, após ser acusado injustamente de facilitar a fuga de um criminoso, mas lutava há mais de 13 anos para provar sua inocência e recuperar seu cargo. Pai de quatro filhos e avô de quatro netos, Augusto dedicou sua vida ao serviço público, mas morreu sem que o Estado reconhecesse o erro que o afastou da carreira.
A acusação injusta e a luta por justiça
Em 27 de julho de 2005, Augusto estava de serviço na antiga Penitenciária do Pascoal Ramos (atual PCE) quando o ex-policial militar Célio Alves, apontado como pistoleiro do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, conseguiu escapar misturado aos visitantes. O presídio era vigiado pela Polícia Militar, e o fugitivo foi resgatado por uma caminhonete do lado de fora.
Mesmo sem provas concretas, Augusto e outros agentes foram afastados, passaram por um processo administrativo (PAD) e foram demitidos. Dois anos e meio depois, ele foi preso por 42 dias, sob a justificativa de que poderia atrapalhar as investigações.
Augusto sempre afirmou que foi pré-julgado por seus superiores e não teve direito à defesa adequada. Ele denunciava que a investigação se baseou em depoimentos de presos coagidos a incriminá-lo.
Em 2019, quase 15 anos depois, a Terceira Câmara Criminal do TJMT o absolveu por unanimidade, reconhecendo que ele não teve envolvimento na fuga. No entanto, o governo nunca o reintegrou ao serviço público, ignorando seu pedido de retorno.
Esperança frustrada e um sonho interrompido
Mesmo com a absolvição, Augusto nunca conseguiu recuperar seu cargo. Seu processo ficou parado na Procuradoria-Geral do Estado (PGE), sem qualquer resposta. Durante sua luta, ele viu passarem os governos de Blairo Maggi, Silval Barbosa, Pedro Taques e Mauro Mendes, mas nenhuma gestão corrigiu o erro.
Sem perder o vínculo com a categoria, ele atuou no Sindicato dos Agentes Penitenciários, lutando por melhorias para os colegas de profissão. Mas sua maior batalha – voltar ao cargo e limpar sua ficha administrativa – foi interrompida de forma definitiva.
Sua morte simboliza mais um caso de injustiça não reparada pelo Estado, deixando sua família sem respostas e sem a reparação devida por anos de sofrimento.
O Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Mato Grosso (Sindsppen-MT) lamentou o falecimento de Augsuto, que também era irmão dos policiais penais Luiz Renato e André Luiz Barros, ambos lotados na PCE”. Augusto, que também foi prestador de serviços no Sindsppen-MT e desde a fundação do sindicato lutou pelos direitos da categoria.
“Desejamos que Deus conforte os familiares e amigos dessa dor imensurável. Neste momento de imensa tristeza, desejamos a todos que compartilhavam de sua vivacidade, alegria e humildade nossos sinceros sentimentos de pesar” lamentou o presidente do Sindsppen-MT, Amaury Neves.
Ana Barros/Caminho Político
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