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domingo, 20 de abril de 2025

ALIANÇAS: PSDB aposta em fusão com o Podemos para tentar recuperar espaço político

Os tucanos devem anunciar até o final do mês a fusão com o Podemos, seguida de uma federação com o Solidariedade; movimentação mira o Planalto em 2026. Após negociar com grandes partidos uma fusão, o PSDB deve optar por um processo de alianças com siglas menores. Na reta final do prazo estabelecido por seus líderes para decidir o futuro da legenda, a expectativa na cúpula tucana é anunciar em duas semanas a união com o Podemos.
O grupo planeja um processo em etapas, em que a fusão com o Podemos seria seguida pela formação de uma federação com o Solidariedade. O objetivo do PSDB é voltar ao jogo e apresentar uma candidatura alternativa aos campos dominados pelo presidente Lula (PT) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O movimento busca manter a identidade e a história do partido, evitando que a legenda seja incorporada por siglas maiores. A decisão, no entanto, cria uma ameaça de saída dos dois governadores que restaram no PSDB e que cobram maior estrutura para as eleições.
Os defensores da aliança tentam convencer Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul) a permanecer no partido, com o argumento de que a nova agremiação teria mais fundo eleitoral e partidário do que outras, como Republicanos, MDB, PSD e PP.
"Estamos prestes a construir um novo caminho para o centro democrático brasileiro e para os milhões de brasileiros que não se sentem confortáveis nem com o que representa o lulopetismo nem com o que representa o bolsonarismo", afirmou o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), presidente do Instituto Teotônio Vilela.
Os governadores do PSDB definiram abril como o prazo final para o partido decidir com quem se aliará na tentativa de sobreviver após definhar. O processo de encolhimento seu deu com a perda do protagonismo na oposição ao PT para Bolsonaro e com os principais líderes da sigla denunciados na Operação Lava Jato.
A legenda chegou a eleger 99 deputados federais e sete governadores em 1998, além de contar com 16 senadores. Na eleição nacional passada, quando nem sequer lançou candidatura própria para a Presidência, foram apenas 13 deputados federais, três governadores e nenhum senador. Além disso, 2024 foi a pior eleição municipal na história do PSDB.
Na tentativa de se manter vivo, o PSDB buscou um amplo leque de partidos para formar uma federação (cenário em que as legendas ficam coligadas por quatro anos) ou uma fusão (quando a união é definitiva). Tentou até alianças mais à esquerda, com o PDT, ou a junção com outras mais identificadas com o centro, como MDB ou PSD.
Todas as alternativas esbarraram em problemas estaduais, como a dificuldade de Aécio fazer uma composição com o PSD em Minas Gerais ou do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, aliar-se com o MDB em Goiás. Também houve desentendimentos ideológicos, já que o PDT faz parte do governo Lula, e a direção do PSDB é contra se aliar aos petistas.
A última alternativa foi o Republicanos, opção defendida por Riedel, que se reuniu com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para tratar da possível aliança.
A fusão entre os dois partidos era vista como o cenário mais provável no começo de abril, mas a conversa não teria avançado pela preferência do Republicanos por incorporar o PSDB, mantendo o próprio nome e o conteúdo programático.
No caso do Podemos, o partido está aberto a negociar com os tucanos uma "repaginada", com contribuições de economistas históricos ligados ao PSDB para o novo programa partidário.
As conversas com o Republicanos não estão totalmente descartadas, mas agora a ideia agora é deixá-las para um segundo momento, após a fusão com o Podemos. Nesse cenário, o novo partido poderia formar uma federação com Solidariedade e o partido de Tarcísio. "É uma possibilidade. Temos que estar abertos a isso, mas é um passo à frente", afirmou Aécio.
O mineiro diz que a negociação é conduzida por Perillo e pela presidente do Podemos, a deputada Renata Abreu (SP), e acredita que a primeira etapa será concluída em abril. "Em duas semanas, estaremos dando ao Brasil esta nova alternativa ousada de centro, que vai apresentar um novo projeto para o país", afirmou.
O novo partido deve se chamar provisoriamente #PSDB+Podemos e será presidido por Renata Abreu. Depois, deve ser decidido um nome definitivo. Também já está praticamente certo que a nova sigla comporá, depois, a federação com o Solidariedade.
Federação
Já a discussão da federação com o Republicanos ainda é embrionária e, na visão de dois líderes da nova agremiação, improvável. A aliança também é vista com ceticismo dentro do Republicanos, que já rejeitou este ano uma federação com PP e União Brasil para manter sua autonomia, principalmente diante da expectativa de crescimento com a chegada de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara.
A opção por duas legendas menores, confirmada à reportagem por três dirigentes tucanos, pode levar à saída de parte dos filiados em busca de maior estrutura para a eleição. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, sinalizou a aliados que deve se transferir para o PSD, partido para o qual migrou a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, agora ex-tucana.
"Em respeito à história que construímos juntos, qualquer decisão sobre meu futuro partidário será tomada apenas após a conclusão desse processo interno, que terá um desfecho até o fim do mês de abril", escreveu ele nas redes sociais na quarta-feira (16).
A cúpula do PSDB aponta que Leite poderia disputar a Presidência pelo #PSDB+Podemos, mas o PSD mantém espaço aberto para o governador gaúcho, com a promessa de controle do diretório gaúcho da sigla.
A decisão do diretório de Mato Grosso do Sul será tomada pelo governador Riedel, que estuda convite para se filiar ao Republicanos e levaria com ele quase um quarto da bancada do PSDB na Câmara, além de mais da metade das prefeituras da sigla em todo o país.
"São 79 municípios em Mato Grosso do Sul, e é um estado maior do que São Paulo em território. Se você não tiver propaganda na televisão, não atinge a população toda, fica muito difícil fazer campanha", disse o deputado Dagoberto Nogueira (PSDB-MS).
Tesoureiro nacional do PSDB, o ex-governador do Mato Grosso do Sul Reinaldo Azambuja disse que o partido ainda aguarda as propostas formais de Republicanos e Podemos para avaliá-las. "Há possibilidade de os três caminharem juntos. Queremos construir um projeto nacional, e um projeto nacional você não constrói sozinho", afirmou.
Para evitar o esvaziamento, as direções do Podemos e do PSDB elaboraram um estudo que mostra que, juntos, eles terão mais fundo partidário do que MDB e PSD, e mais dinheiro público na eleição do que o Republicanos. Se a federação com o Solidariedade também ocorrer, poderiam ser 33 deputados federais, sete senadores e três governadores. A expectativa é não apenas conter a debandada, mas filiar outros parlamentares em 2026.
Raphael Di Cunto/Folhapress/Caminho Político
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