Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Que nome o próximo papa escolherá?

Primeira vez que um pontífice abdicou do nome de batismo foi no ano 533, para evitar um embaraço. Escolha é parte importante do ritual vaticano, pois revela muito sobre o futuro programa do novo líder da Igreja Católica. Como um papa recebe seu nome? Em sua autobiografia recém-publicada, Esperança, o pontífice argentino morto em 21 de abril descreveu o momento, durante a eleição papal, em que escolheu "Francisco": na quinta e decisiva rodada do conclave de 13 de março de 2013, o nome Jorge Mario Bergoglio foi pronunciado com cada vez mais frequência.
"Quando meu nome apareceu pela 27ª vez, irrompeu aplauso, embora a leitura dos nomes ainda continuasse [...] Nesse momento mesmo, o cardeal Hummes se levantou e me abraçou. 'Não esqueças dos pobres', disse. Essa frase me atingiu em cheio, eu a senti até o âmago. Nesse instante me ocorreu o nome 'Francisco'."
Antes, ele não contava ser eleito e "não tinha nenhum nome papal à mão". Essa decisão tornou o pontífice ainda mais especial, pois, em mais de 600 anos, nenhum eleito escolhera uma denominação papal inédita, que ainda não constava em nenhuma estatística do Vaticano.
"Papa Mercúrio"?
Em Esperança, o 266º papa confirma que seu nome estava no ar: "Nos dias do conclave apareceu na praça diante da Basílica de São Pedro um desabrigado com um cartaz pendurado no pescoço: 'Papa Francisco 1º'. Porém isso só me ocorreu vários dias mais tarde, quando diversos jornais publicaram a foto dele."
Se antes de Bergoglio nunca houvera um papa Francisco, os favoritos são: João (23 vezes, a última em 1958-1963), Gregório (16 vezes, por último 1831-1846), Bento (16 vezes, por último 2005-2013), Clemente 14 vezes, por último 1769-1774), Inocêncio 13 vezes, por último 1721-1724), Leão (13 vezes, por último 1878-1903) e Pio (12 vezes, por último 1939-1958). Outros que só foram escolhidos uma vez são Pedro, Fabiano e Constantino.
Os líderes da Igreja dos primeiros séculos, a começar por São Pedro, não mudaram seu nome. "A primeira instância documentada foi em 533, por causa de um embaraço", explica o teólogo e especialista em história papal Jörg Ernesti, de Augsburg: como o religioso romano eleito fora batizado em homenagem a um deus pagão, Mercurius, "então ele escolheu se chamar João 2º".
Ernesti ressalva que o nome do papa nada tem a ver com aquele adotado por quem ingressa numa ordem católica: enquanto nesse caso os religiosos e religiosas abdicam de seu nome batismal, passando a só utilizar o eletivo, "como sinal de sua nova vida", o papa "de algum modo" mantém o seu original e, por exemplo, festeja o onomástico no dia de seu respectivo santo.
São Francisco de Assis e São Paulo: o nome como inspiração
"Eu acho, sim, que em geral a escolha do nome é um programa", comenta o teólogo alemão. E desde o último papa isso está mais claro do que nunca, pois com essa opção ele evocou São Francisco de Assis (1182-1226), o filho de um comerciante que renunciou a todos seus bens terrenos para atender ao chamado de Jesus a uma vida de pobreza radical – um princípio que transmitiu à Ordem Franciscana que fundaria em 1209.
Por inúmeras vezes o papa Francisco também tomou claramente o partido dos pobres, dirigindo, assim como o santo medieval, o olhar para a beleza da Criação, hoje sob ameaça. A cidade de Assis, no centro da Itália, foi o local fora de Roma que ele mais visitou.
Nos tempos mais recentes, Paulo 6º (1963-1978, canonizado em 2018) foi outro exemplo claro de uma escolha de nome programática. O ex-arcebispo de Milão Giovanni Battista Montini se considerava um moderno apóstolo do povo, inspirado por São Paulo, que nos primeiros anos após a morte de Jesus levou o cristianismo da então Palestina para o resto do mundo.
Assim, em janeiro de 1964, apenas quatro meses após sua eleição, Paulo 6º foi o primeiro pontífice a tomar um avião e aterrissar em Amã, capital da Jordânia, a fim de visitar Terra Santa (área entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, atualmente dividida entre Israel e os território palestinos): era a primeira de suas muitas grandes viagens por todos os continentes habitados.
Christoph Strack/Caminho Político
Curta nosso Instagram: @caminhopoliticomt
Curta nossa páginafacebook: @caminhopolitico
Curta nosso facebook: /cp.web.96
@caminhopolitico @cpweb

Nenhum comentário:

Postar um comentário