De acordo com a diretora do CECI, Neyla Aires, atualmente, 66 crianças e adolescentes estão em tratamento ativo contra o câncer no local, e outras 28 seguem em acompanhamento. A preocupação das parlamentares é com o impacto social e humano que o fechamento da unidade causaria, já que a Santa Casa é, hoje, a única porta aberta de emergência pediátrica para casos oncológicos em Mato Grosso.
Durante a visita, a deputada Janaina Riva destacou a necessidade de que o governo estadual conheça a realidade do atendimento prestado na unidade. “Saio daqui muito impressionada. Ouvimos as mães e entendemos que um tratamento oncológico infantil precisa ser humanizado, feito com carinho e atenção, como é feito aqui no CECI. A luta é para não fechar essa porta aberta, esse pronto atendimento para essas crianças e jovens. É fundamental que o governador e os gestores da saúde venham aqui, vejam e sintam essa realidade”, declarou.
A vereadora Maysa Leão também fez um apelo, relembrando os casos de crianças que só receberam diagnóstico e início de tratamento graças ao pronto atendimento da Santa Casa. “Se a gente fecha a Santa Casa, para onde essas crianças vão? A deputada viu aqui a história de uma criança que sentiu dor, foi para a UPA, depois para a Policlínica e só quando chegou aqui na Santa Casa teve o diagnóstico e começou o tratamento. Fechar a Santa Casa é fechar a vida das nossas crianças”, alertou.
A desativação da Santa Casa foi anunciada pelo governo do estado para acontecer após a inauguração do novo Hospital Central, prevista para setembro de 2025. Por enquanto, nada foi dito sobre a transferência dos pacientes do CECI para outro local. A previsão é que, se nenhuma solução emergencial for apresentada, toda a estrutura da Santa Casa poderá ser desativada.
Um respiro de vida:
Durante a visita, deputada e vereadora conheceram e ouviram o relato de Luciana Teixeira Gama e Carlos Henrique Costa e Silva, de 12 anos, que acabava de ter alta depois de cinco anos de luta intensa contra um câncer no fígado, descoberto quando ele tinha apenas 7 anos.
Muito emocionados com a notícia da cura, Luciana contou que moram em Vale de São Domingos, que veio para Cuiabá atrás de tratamento para o filho e que teve todos os encaminhamentos necessários a partir do momento que entrou na Santa Casa, do tratamento até a cura.
“Eu descobri a doença do meu filho no dia que ele completou sete anos. Quando chegamos aqui foram só portas abertas para a gente, tudo organizado pela Santa Casa, e sem ela eu não teria conseguido salvar meu filho. Esse lugar não pode ser fechado, porque tem salvado a vida de muitas crianças”, finalizou, emocionada.
Laura Petraglia/Caminho Político
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