O filho de Jair Bolsonaro tenta reajustar sua narrativa dizendo que o tarifaço de Trump é uma retaliação à "elite financeira que dá suporte ao regime brasileiro". O deputado Eduardo Bolsonaro (PL) deu no domingo, 20, um “humilde” conselho aos empresários, industrialistas e produtores rurais brasileiros que devem ser prejudicados com a entrada em vigor das tarifas de 50% impostas ao Brasil pelos Estados Unidos a partir de 1º de agosto. “Meu humilde conselho aos empresários, industrialistas e produtores rurais é o seguinte:
1) Nós não temos nenhum controle sobre como os EUA e o mundo livre reagirão ao fato de o Brasil ter se tornado um violador internacional de direitos humanos e de outros compromissos internacionais.
2) Mas vocês têm total controle sobre como seus representantes eleitos no Senado e na Câmara irão se posicionar para solucionar essa crise.
3) Então, cobrem seus senadores para que apoiem o impeachment de Alexandre de Moraes. E cobrem todos os parlamentares para que aprovem uma anistia irrestrita, geral e abrangente.
Só assim nos livraremos do problema.
Só assim o Brasil deixará de ser tratado como uma nova Venezuela.
Só assim poderemos retomar o caminho da legalidade, da confiança e da normalidade democrática.
Salvem o Brasil. Defendam a liberdade. Defendam a democracia. Reajam e coloquem um basta na ditadura de Alexandre de Moraes”, escreveu o parlamentar no X ao resgatar uma notícia sobre a imposição de sanções a juízes da Venezuela por ‘usurparem’ o Parlamento do país.
Reajuste de narrativa
A publicação refina o reajuste da narrativa bolsonarista.
O que Eduardo Bolsonaro chamou, na origem, de “Tarifa-Moraes” e, na narrativa original, era fruto de sua pressão na Casa Branca, virou retaliação à “elite financeira que dá suporte ao regime brasileiro”.
“Trump enxergou que existe uma elite financeira que dá suporte ao regime brasileiro = Lula não saiu da cadeia para a presidência sozinho. Daí veio a taxação de 50%”, disse o filho de Jair Bolsonaro neste sábado, 18, após o governo americano revogar vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Como apontou Rodolfo Borges em “Eduardo reajusta a narrativa”, Lula não saiu da cadeia sozinho, mas com a torcida de muita gente, inclusive da família Bolsonaro.
Estratégias
Os Bolsonaro não conseguiram empurrar no Congresso Nacional a pauta da anistia aos condenados pelo 8 de janeiro (e ao patriarca), que foi o que declaradamente estavam tentando fazer, mas levaram Alexandre de Moraes a impor medidas restritivas ao ex-presidente, e uma delas, a proibição de usar redes sociais, serviu de pretexto para o secretário de Estado americano, Marco Rubio, retaliar os ministros do STF e seus parentes.
Rubio justificou sua medida sob o argumento de que as decisões de Moraes também atingem os americanos, até porque não faria sentido tomar uma medida como a revogação de vistos, que é prerrogativa do governo dos Estados Unidos, em nome de um estrangeiro como Bolsonaro.
No final das contas, ainda que não ocorra por causa dos motivos alegados pela família Bolsonaro, qualquer medida que vier do governo americano no atual contexto de enfrentamento com o governo brasileiro terá o efeito prático de confrontar e pressionar a Justiça brasileira.
Assessoria/O Antagonista/Caminho Político
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