O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, apresentam nesta sexta-feira, 4 de julho, na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), o maior pacote de investimentos em refino e petroquímica já anunciado para o estado do Rio de Janeiro. A estatal destinará mais de R$ 33 bilhões até 2029, recurso que deve impulsionar a criação de 100 mil postos de trabalho quando se somam os 38 mil empregos diretamente vinculados às obras e os 70 mil ligados à manutenção de plantas industriais.
Segundo Magda Chambriard, trata-se de um “megaprojeto” que recoloca o Rio no centro da cadeia de valor do petróleo e do gás. “Estamos falando de um projeto grande, gigantesco, que agrega emprego e renda para a sociedade”, afirmou, ressaltando que a iniciativa integra a Rota 3 de escoamento de gás natural, o Complexo de Energias Boaventura (antigo Comperj), a própria Reduc e a unidade da Braskem em Duque de Caxias. “O que estamos vendo é um esforço muito grande para tudo dar certo, para agregar valor ao nosso petróleo e ao nosso povo.”
Ampliação da capacidade e combustíveis sustentáveis
A maior fatia do pacote, R$ 26 bilhões, será aplicada na interligação entre a Reduc e o Complexo Boaventura. Esse movimento permitirá elevar a produção de Diesel S10 em 76 mil barris por dia, acrescentar 20 mil bpd de querosene de aviação e 12 mil bpd de lubrificantes produzidos a partir de petróleo do pré-sal, reduzindo a dependência de óleo importado. Haverá ainda testes de coprocessamento do diesel R7, com 7 % de conteúdo renovável, e, já em julho, avanços para o diesel R10, com 10 % de matéria-prima verde.
“Já podemos hoje comercializar esse diesel menos poluente”, destacou o diretor executivo de Processos Industriais e Produtos, William França. Ele explicou que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) já autorizou a venda do produto, antecipando a entrada da Petrobras em combustíveis sustentáveis de aviação (SAF).
Braskem e a redução de importações
A sinergia com a Braskem ampliará em 230 mil toneladas/ano a produção de polietileno e exigirá R$ 4,3 bilhões – investimento que sairá do caixa ou de financiamentos da petroquímica. “Espero que no primeiro semestre de 2028 já estejamos concluindo essa integração”, disse o presidente da companhia, Roberto Ramos. Com isso, a Braskem pretende substituir matéria-prima importada dos Estados Unidos por gás natural brasileiro, fortalecendo a balança comercial.
Termelétricas e eficiência energética
O plano inclui três termelétricas de 400 MW cada, duas delas no Complexo Boaventura, prontas para os próximos leilões de energia do governo. Na Reduc, uma das duas térmicas existentes ganhará modernização de R$ 860 milhões, dobrando sua capacidade para 50 MW. “A Reduc é uma refinaria intensiva em consumo energético”, lembrou França. A parada programada geral na refinaria, orçada em R$ 2,4 bilhões, mobilizará 18 mil trabalhadores ainda este ano.
Impacto socioeconômico
Além do Programa Autonomia e Renda, que qualificará mão de obra local, o pacote contempla estudos para fabricar ácido acético e monoetileno glicol – insumos atualmente 100 % importados pelo Brasil. “São mais de 100 mil empregos para o estado do Rio de Janeiro, é muita coisa”, sublinhou França, assegurando que todas as licenças ambientais estão em dia e que não há judicialização que trave o cronograma.
Para o presidente Lula, que visita a Reduc às 11 h acompanhado de ministros e autoridades estaduais e municipais, a nova onda de investimentos simboliza a “retomada definitiva” da Petrobras como motor do desenvolvimento nacional. Ao mesmo tempo, reforça a meta de transição energética com a inserção de combustíveis de menor pegada de carbono, em linha com os compromissos firmados pelo Brasil em fóruns internacionais.
Assessoria/Brasil 247/Caminho Político
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