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sábado, 27 de setembro de 2025

VÁRZEA GRANDE: Presidente da Câmara, Wanderley Cerqueira, conduz audiência pública voltada às pessoas com deficiência

A Câmara Municipal de Várzea Grande realizou, na manhã desta sexta-feira (26), uma audiência pública com o objetivo de debater políticas públicas voltadas às pessoas com deficiência (PCDs). A iniciativa, requerida pelo presidente da Casa, vereador Wanderley Cerqueira, reuniu representantes do poder público, entidades da sociedade civil, profissionais e famílias, em um amplo espaço de diálogo para a construção de soluções e encaminhamentos concretos.
Compuseram a mesa de honra o presidente da Câmara, vereador Wanderley Cerqueira, o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPD), Diney Ribeiro Campos, o vereador Charles da Educação, o médico neurocirurgião Dr. Giovani Mendes, a doutora Juliana Ramos (representando a OAB), a subsecretária de Educação Eva de Paula, Priscila Lima (representando a Secretaria de Promoção Social e Políticas Públicas), Sirley Araújo de Faria Silva (Associação Nativa e conselheira do CMDPB), Dina Silva Toledo Pizza (presidente do Movimento Família Atípica/ALPHADEB), Raquel Terezinha (vice-presidente do CMDPD), além de Vítor José, superintendente de Atenção Secundária, que representou a secretária de Saúde Deisi Bucalon, e o secretário de Defesa Social Louriney dos Santos.
A audiência contou ainda com a presença de diversos vereadores, entre eles Gisa Barros, Feitoza, Galibert, Enfermeiro Emerson, Samir Japonês, Raul Curvo, Cilcinho e Wender Madureira. Durante sua fala, a vereadora Gisa Barros destacou a aprovação de um projeto de sua autoria, que garante a presença de intérpretes e instrutores de Libras em eventos oficiais do município. A parlamentar também reforçou a necessidade de continuidade das obras do CRIDAC, estrutura considerada essencial para garantir acessibilidade e atendimento adequado às pessoas com deficiência em Várzea Grande.
Em sua fala o senador Jayme Campos, ressaltou a relevância do encontro para dar voz às pessoas com deficiência e suas famílias:
“É louvável discutir políticas públicas voltadas às pessoas com deficiência, ouvir de perto os pais, mães e lideranças que vivem essa realidade. O Brasil é um país de desigualdades e precisamos avançar com medidas concretas. O número de pessoas com transtorno do espectro autista cresce em ritmo alarmante, e a rede pública ainda não está preparada. Precisamos capacitar professores, servidores e profissionais para garantir atendimento digno. Também é fundamental que os municípios apresentem projetos executivos consistentes, porque sem projeto não há como viabilizar recursos federais.”
O senador se comprometeu a buscar verbas para a construção de uma Casa do Autista em Várzea Grande, desde que a Prefeitura elabore e apresente o projeto executivo.
Representantes de entidades e famílias relataram dificuldades enfrentadas em áreas como saúde, educação, mobilidade urbana e inserção no mercado de trabalho. Houve cobranças por mais acessibilidade em prédios públicos e privados, fornecimento de insumos de qualidade, capacitação de profissionais da educação e maior apoio às famílias em situação de vulnerabilidade.
O presidente do CMDPD, Diney Ribeiro Campos, destacou a importância da união do poder público e da sociedade civil: “Nada sobre nós sem nós. É fundamental que as decisões passem pela escuta das pessoas com deficiência, para que as políticas atendam à realidade de cada família.”
O médico Dr. Giovani Mendes reforçou que “política pública para a pessoa com deficiência não é despesa, é investimento”, defendendo o atendimento multidisciplinar e ações preventivas que garantam autonomia e dignidade.
A advogada Juliana Ramos, representante da OAB, lembrou que o tema exige empatia e compromisso: “Mais do que leis, precisamos de sensibilidade e de ações que garantam dignidade às pessoas com deficiência e às suas famílias.”
A líder do Movimento Família Atípica, Dina Silva Toledo Pizza, relatou a sobrecarga vivida pelas mães e pediu socorro: “Estamos em vulnerabilidade social, sem apoio na saúde e na educação. Precisamos de médicos especialistas, terapias e prioridade de verdade.”
A audiência também foi marcada por falas emocionantes de cidadãos que vivem diariamente os desafios da falta de políticas públicas efetivas:
• Emanuele Oliveira, relatou a precariedade no fornecimento de insumos de saúde, como sondas e fraldas, além da ausência de urologistas na rede: “Não pedimos favor, é nosso direito constitucional. Precisamos de fiscalização para garantir que os insumos cheguem com qualidade e em quantidade suficiente.”
• Gabriel Aguiar, cadeirante e conselheiro da área, criticou a ausência de secretários municipais na audiência e defendeu a realização de um censo municipal: “Sem dados, é como se não existíssemos. Precisamos de recursos, de políticas sérias e de acessibilidade em todas as formas — arquitetônica, comunicacional e atitudinal.”
• Marcos Paulino, deficiente visual, fez um apelo pela efetividade da lei de cotas para inclusão no mercado de trabalho e destacou falhas em estruturas públicas: “Quem conhece nossas dificuldades somos nós mesmos. É inadmissível encontrar placas em braile instaladas de cabeça para baixo ou não ter escolas adequadas para deficientes visuais em Várzea Grande.”
• Rosângela, mãe atípica, reforçou o peso que recai sobre as famílias e a necessidade de uma rede de apoio real: “As mães estão adoecendo pela falta de suporte. Precisamos de informação, acolhimento e serviços especializados para nossos filhos.”
As falas reforçaram que a luta por inclusão é urgente e não pode ser adiada.
Entre os encaminhamentos sugeridos, destacaram-se:
• Criação de uma comissão permanente na Câmara para acompanhar as demandas das pessoas com deficiência;
• Realização de um censo municipal de PCDs;
• Elaboração de um plano de acessibilidade urbana, com foco em calçadas, transporte e prédios públicos;
• Ampliação da rede de saúde e educação, com oferta de terapias, insumos e formação continuada;
• Estímulo ao trabalho e renda, com microcrédito para empreendedores PCDs e regulamentação do táxi-apoio acessível.
Em sua fala final, o presidente Wanderley Cerqueira destacou que o Legislativo seguirá comprometido com a pauta:
“Daqui para frente queremos fatos concretos. Esta Casa está de portas abertas para transformar o que ouvimos hoje em ações efetivas. Vamos criar uma comissão permanente, cobrar projetos executivos do Executivo e apresentar iniciativas de apoio ao empreendedorismo e à mobilidade das pessoas com deficiência. O plenário seguirá à disposição para encontros e rodas de conversa com a sociedade.”
A ata da audiência pública será consolidada e encaminhada à Prefeitura, ao Ministério Público e aos órgãos competentes, assegurando o registro formal das demandas e a cobrança por resultados.
Assessoria/Caminho Político
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