MUDANÇAS CLIMÁTICAS: A menos de um mês da COP30, Brasil tenta destravar temas sensíveis na Pré-COP

Evento em Brasília é preparatório para a Conferência do Clima da ONU, em Belém, e vai reunir ministros de 72 países. O governo realiza nesta segunda (13) e terça-feira (14/10), em Brasília, a Pré-COP30, um evento preparatório para a COP30, a Conferência do Clima da ONU, que ocorrerá entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA). Parte oficial do calendário das discussões sobre a crise climática, o evento tem como objetivo avançar nas negociações entre os países visando a COP30. São esperadas 72 delegações, compostas, em geral, por países considerados chave no tema ou que ocupam a chefia de blocos econômicos e outros grupos.

A agenda não terá a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está em viagem a Roma, onde participa de um evento da ONU sobre combate à fome e se reúne com o papa Leão XIV. Ele será representado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).

“A importância da Pré-COP é no sentido não de que vamos sair com uma declaração, mas é um momento em que laços vão ficando mais fortes, posições vão ficando mais claras, para que a gente possa fazer um gerenciamento do que queremos reforçar e queremos dirimir como possíveis dúvidas ou divergências”, disse a ministra Marina Silva, em coletiva na última sexta-feira (10/10).

Uma das principais preocupações da Presidência brasileira da COP30 é o fato de, até aqui, apenas 62 dos 198 países-membros da Convenção da ONU sobre a Mudança do Clima terem enviado suas NDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada, em inglês), que são as metas de redução na emissão dos gases do efeito estufa. O governo brasileiro admite a decepção com o cenário, mas espera que até o início da COP30, parte desses países entreguem suas NDCs.

As metas são essenciais para as projeções de aumento da temperatura média do planeta, cujo objetivo foi estabelecido pelo Acordo de Paris em menos de 2,0°C, idealmente em 1,5°C, até o fim do século

Outro ponto complexo que o Brasil tenta fazer avançar na Pré-COP é o financiamento de ações da transição energética e de adaptações para enfrentar a mudança do clima. Foi estabelecida uma meta global de alcançar US$ 1,3 trilhão até o ano de 2035. Os países em desenvolvimento defendem que as nações mais desenvolvidas, que também são historicamente as mais poluidoras, arquem com a maior parte do financiamento, mas encontram resistências.

Entre outros objetivos do Brasil na COP30, que devem estar em pauta na Pré-COP, estão o fortalecimento do multilateralismo, acelerar a implementação das ações para o cumprimento do Acordo de Paris e dar um “sentido de urgência” à crise climática.

Por fim, o Brasil tenta implementar, a partir da COP30, duas medidas concretas, tratadas há mais de um ano. Na chamada “agenda de ação”, estão o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF, em inglês), destinado à preservação de florestas e alimentado por entes públicos e privados, com a ideia de que os doadores recebam de volta o dinheiro aportado; e uma integração mundial dos mercados de carbono.

Assessoria/Levy Guimarães/Caminho Político

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